A saudade e a dor de quem perdeu familiares para a covid-19
O cinegrafista Maick Reis perdeu a mãe e o irmão para a covid-19, sua história vai tema do programa Profissão Repórter da TV Globo, na noite desta terça-feira
Jozineide Silva Reis e Sóstenes Silva Miranda Reis
Há um ano vimos o mundo mudar por causa da pandemia do novo coronavírus. Apesar de todos os relatos sobre o vírus fatal, jamais poderíamos antever o que viria: medo, dor, desespero, tristeza e tantos mortos. O Brasil contabiliza mais de 11,5 milhões de infectados e 279.286 mortes.
Em um intervalo de 20 dias, a família do cinegrafista e colaborador do Portal O Taboanense, Maick Reis, precisou lidar com a dor de enterrar dois parentes por causa da covid-19. A mãe e um irmão morreram com doença entre os dias 10 e 29 de janeiro, em Taboão da Serra. Ele fala da dor de perder entes queridos para a doença e do descaso de algumas pessoas quanto a letalidade do coronavírus.
“Eu vejo isso como um desastre pra nossa família, em menos de um mês perdemos dois entes queridos, minha mãe e meu irmão, foi muito rápido. Depois de tudo isso que aconteceu, a gente vê tantas pessoas que não acreditam, não usam máscaras, álcool em gel, não mantém o distanciamento. Por mais que a gente fale, tenta de várias forma alertar a população …, é como se a gente estivesse gritando, gritando, mas as pessoas não ouvissem, sabe”, relata Maick, que vai ter sua história contada nesta terça-feira, no Profissão Repórter da TV Globo.
Ele comenta que quando começou a pandemia seu irmão “foi um dos primeiros a comprar máscara, usar luva para ir ao mercado, ele alertava a gente, cuidado com esse vírus. Se cuidem… E tivemos todos os cuidados, minha mãe, meu pai, mas”.
Sóstenes Silva Miranda Reis acabou sendo infectado. Como ele morava no mesmo quintal que a mãe, Jozineide Silva Reis (67 anos), também contraiu o vírus. Outros familiares também tiveram covid-19, além do pai, dois irmãos, uma sobrinha e dois cunhados, mas não precisaram de internação, se recuperaram da doença.
Já Sóstenes e Jozineide tiveram complicações e foram hospitalizados na UPA Akira Tada. Como o estado de saúde de ambos se agravou, foram intubados e transferidos para leitos de alta complexidade, do Hospital Emílio Ribas e Hospital das Clínicas, respectivamente.
Maick conta que, a mãe foi a primeira a não resistir às complicações da doença. Jozineide morreu no dia 10 de janeiro. Dezenove dias depois, o irmão foi a óbito.
Ao visitar o irmão, lembra Macik, como não podiam entrar no quarto, eles levam cartazes com mensagens de apoio e esperança.
“Infelizmente o final não foi o que a gente esperava. É muito triste, o que nós passamos, foi como uma tempestade, uma avalanche arrebentando tudo, foi algo muito triste que nós passamos e continuamos passando”, fala.
“Se cuidem, cuidem de quem vocês amam. Esse vírus não é brincadeira”, alerta Maick Reis.