Adhemar de Barros, o primeiro Cidadão Taboanense
Adhemar Pereira de Barros foi um influente político paulista que governou o Estado de São Paulo e a capital entre as décadas de 1930 e 1960. Médico por formação destacou-se na política, sendo deputado estadual, interventor federal, prefeito e governador. Sua vida pública foi marcada pela realização de grandes obras, bem como por suspeitas de irregularidades.
Entre as realizações estão a construção da rodovia Anchieta e Anhanguera e o início da construção do Hospital das Clínicas. Em relação às denúncias de irregularidades, está o famoso ‘caso dos Chevrolets’.
Segundo a pesquisadora Marli Hayashi, “Em 1949, quando governador, Adhemar teria comprado, com dinheiro público, 11 automóveis e 20 caminhões da General Motors. Depois de efetuado o pagamento, teria pedido à montadora que refaturasse os veículos em nome de outras empresas.
Em seguida, os carros e caminhões teriam sido distribuídos a seus parentes e amigos e a firmas de sua propriedade. Cerca de 15 dias após as denúncias, o Ministério Público abriu um processo contra o ex-governador e pediu sua prisão preventiva. Em março de 1956, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou Adhemar à pena de dois anos de reclusão e suspendeu seus direitos políticos por cinco anos. Mas no dia 9 de maio, o Supremo Tribunal Federal o absolveu das acusações por unanimidade.”
A marca de um administrador arrojado e generoso, auxiliado pela atuação da sua mulher, é a característica do governante populista, que atua como um “salvador da pátria”, o único capaz de solucionar os problemas da sociedade, principalmente, da massa dos menos favorecidos.
Assim, Adhemar e sua esposa receberam muitas homenagens de entidades e municípios, em reconhecimento à liderança e influência políticas que Barros representava.
E, Taboão da Serra fez sua homenagem ao governador Adhemar de Barros e à primeira-dama D. Leonor, ofertando-lhes o título de Cidadão Taboanense, que foi concedido pela Câmara Municipal em 1965, à época, presidida por Ary Daú (posteriormente, prefeito de Taboão da Serra), Francisco Vazami, vice-presidente, José André de Moraes, secretário. A prefeitura era comandada pela prefeita Laurita Ortega Mari.
O município de Taboão da Serra criado em 1959 tinha dificuldades em fazer uma gestão adequada com recursos próprios. Exemplo disso, é que na gestão da prefeita Laurita, o município recebeu do governador Adhemar de Barros por cessão em comodato dois veículos. Uma Rural Willys em 1964 e um Chevrolet em 1966.
Esta situação mostra o desequilíbrio de forças entre os entes da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) no que se refere à questão financeira, acentuando o clientelismo político, campo fértil para o aparecimento de políticos populistas.