Alesp aprova lei que prevê fornecimento de absorventes para alunas da rede pública no estado de SP
Iniciativa da Secretaria da Educação recebeu investimentos de R$ 30 milhões em 2021
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou no início da noite de terça-feira, dia 15, o Programa Dignidade Íntima. O projeto de lei que institui o Dignidade Íntima como ação permanente da Secretaria da Educação nos estabelecimentos de ensino de todo o estado.
O Programa Dignidade Íntima, criado em 2021 a partir de um decreto assinado pelo governador João Doria, agora vai virar lei. O projeto de lei retorna para o Executivo para ser sancionado.
Com o objetivo de combater a pobreza menstrual e seu impacto na educação, sobretudo na evasão escolar, a iniciativa recebeu investimentos de mais de R$ 30 milhões em 2021 para garantir a distribuição gratuita de itens de higiene menstrual às estudantes da rede estadual de educação, além de formação para elas e profissionais da área. A compra dos materiais é realizada através do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola).
O programa foi instituído, inicialmente, por um decreto do Governo publicado em 19 de junho de 2021, pela Secretaria da Educação. Em 25 de fevereiro deste ano, seu projeto de lei foi encaminhado pela Secretaria da Casa Civil à aprovação da Alesp.
Inserido no conjunto de políticas responsáveis e acolhedoras do Governo dirigidas ao público feminino, o projeto já mobilizou muitas comunidades escolares no Estado com o engajamento dos profissionais das escolas e das estudantes na abordagem e divulgação do assunto no seu núcleo social, principalmente dentro do ambiente escolar.
Segundo a Educação, conceder às escolas recursos para adquirir artigos de higiene menstrual para as alunas em condição de pobreza e extrema-pobreza tem como objetivo garantir maior igualdade de oportunidades para essas meninas, bem como as condições necessárias de saúde e segurança para que possam desenvolver seu processo de aprendizagem e oportunidades de desenvolvimento.
Diante de todos esses desafios, a ONU (Organização das Nações Unidas) reconheceu, em 2014, o direito das mulheres à higiene menstrual uma questão de saúde pública e de direitos humanos. Países como a Austrália, Canadá, Índia e Quênia e em 33 dos 50 estados dos Estados Unidos já possuem alguma política relacionada à pobreza menstrual.
A aprovação na Alesp contou com a inclusão de seis emendas ao projeto, que serão submetidas à análise técnica do Governo de São Paulo antes da sanção do Governador João Doria. Duas promovem o acesso à informação sobre saúde e higiene menstrual, por meio de ações ou campanhas educativas. Outras quatro ampliam o escopo do programa para o fornecimento dos itens de higiene menstrual e formação educacional às alunas dos níveis fundamental, médio, técnico e tecnológico do Centro Paula Souza.