Após eleição da mesa diretora, vereadores lavam roupa suja em plenário

Divididos em dois grupos, os 13 vereadores de Taboão da Serra, cinco da base governista e sete do chamado Bloco Independente (BI), não pouparam palavras na ultima terça-feira para falarem da eleição para a mesa diretora da Câmara Municipal. Os prefeitos Fernando Fernandes (PSDB) de Taboão da Serra e Ney Santos (PRB) de Embu das Artes também foram citados.

O vereador Ronaldo Onishi (SD), candidato derrotado à presidência da Casa, agradeceu os votos recebidos e desejou boa sorte ao novo presidente. Mas ele afirmou que a vitória de Marcos Paulo, seu ex-aliado, teria sido orquestrada pelo prefeito de Embu das Artes, Ney Santos. A fala deu início a uma verdadeira lavagem de roupa suja no plenário.

“Quando o prefeito de Embu das Artes veio até a cidade e o mesmo disse que iria fazer o próximo presidente da Casa e o próximo prefeito, até então eu era incrédulo, achava isso impossível […] Até então achei que era somente uma fala política que não merecia melhor crédito […] O prefeito de Embu das Artes, Ney Santos, usando de toda a sua habilidade política conseguiu junto com o BI […] eleger a mesa diretora, consequentemente presidente da Casa […] Eu estava enganado”, declarou Onishi.

Onishi também se defendeu dizendo não ser traidor, “este vereador tem a consciência tranquila e serena, até porquanto todos aqui me conhecem, não é do um feitio usar de expedientes, rasteiros, sorrateiros na minha conduta política […] saio dessa eleição para presidente com a cabeça erguida com sentimento de dever cumprido”.

Paulinho esclareceu que foi o grupo (BIH) que escolheu o nome do próximo presidente. “Nós decidimos entre nós, não foi ingerência, de forma alguma, do prefeito Ney Santos. Até porque quando nós conversamos, quando nós nos acertamos não tinha Ney Santos na história. Não tinha Aprígio, não tinha Fernando Fernandes. Eu sempre decidi que a Casa fosse soberana”, relatou.

Marcos Paulo também rebateu o discurso do vereador Onishi ao dizer que antes de se tornar candidato ele cogitou abrir não para da disputa em favor de Paulinho, mas o mesmo em momento disse que faria o mesmo por ele, e aproveitou para disparar. “No período eleitoral o prefeito Fernando Fernandes não queria vossa excelência na presidência. Vossa excelência tem que entender isso […] porque ele queria o Cido, a verdade é essa”, disparou.

A atual presidente, vereadora Joice Silva (PTB), disse que ficou chateada pela forma que o vereador Paulinho e demais integrantes do BIH, agiram. “O vereador Marcos Paulo dentro do grupo me ensinou que nós somos leais uns aos outros […] o que me magoou não foi o senhor ter saído e formado outro grupo, foi a forma como foi feito”.

Quem também demonstrou estar chateada com o processo eleitoral foi a vereadora Priscila Sampaio (PRB). Ela declarou que Paulinho “errou quando participava das reuniões, inclusive na véspera da eleição, participava de reuniões na presença do prefeito, escutando todas as nossas articulações, participando ativamente, onde já estava decidido que não ficaria no grupo e que não votaria no grupo”.

Sobre a retomada da amizade com do presidente eleito com o vereador Eduardo Nóbrega (PSDB), Priscila alfinetou. “Eu ouvi o senhor chamar o vereador Eduardo Nóbrega de irmão, mas há poucos dias, o senhor disse que se ele entrasse por uma porta, o senhor eu sairia pela outra porque ele estava querendo trazer o crime organizado para Taboão”.

Integrante do grupo da base governista, o vereador Cido da Yafarma (DEM), foi citado pelo grupo do BI, de ter participado de reuniões de olho na presidência. ”Foi uma eleição atípica. Conversei com o senhor Aprígio, com os vereadores [do BIH] durante um período, o grupo fez uma proposta pra gente fazer a presidência juntos […] e fiz a minha reflexão, a minha análise e minha decisão foi que eu devia estar com o grupo que eu estive andando durante todo esse período”, declarou.

Paulinho rebateu o vereador Cido, dizendo que o vereador “não foi não foi ouvir propostas”, mas que ele teria feito propostas. “Vamos colocar os pingos nos is. Vossa excelência não voltou por bondade, voltou porque não foi aceito”, falou.

Quanto às críticas que recebeu da vereadora Priscila, Marcos Paulo disse à vereadora “vossa excelência fez o que era melhor para o seu mandato e eu respeitei isso, então respeite a minha decisão também […] questão de olhar nos olhos, todos aqui me olharam e me traíram”.

Marcos Paulo encerrou os discursos dizendo que todas as falas teriam sido orquestradas.