Após festa, três pessoas da mesma família morrem com suspeita de coronavírus em Itapecerica da Serra
A festa aconteceu dia 13 de março, além das três mortes suspeitas, outras 14 pessoas podem ter sido infectadas pelo COVID-19. A família aguarda os resultados dos exames
Pessoas de uma mesma família que participaram de uma festa em Itapecerica da Serra, dia 13 de março, podem ter sido contaminadas pelo coronavírus e provocado a morte de três pessoas com mais de 60 anos, além de deixar pelo menos 14 infectados. Entre os mortos estão três irmãos, que foram a óbito duas semanas após o evento com sintomas do COVID-19. Os exames ainda não saíram para comprovar o real motivo das mortes.
À BBC News Brasil, um membro da família disse que pensou em cancelar a festa de aniversário da irmã, uma servidora pública que completava 59 anos. Mas como havia poucos casos da doença em São Paulo, nenhum em Itapecerica da Serra e também ainda não havia decretos de isolamento, decidiram manter a comemoração apenas para familiares, no total de 28 pessoas.
A primeira a apresentar os sintomas, dois dias depois da festa, foi a aposentada Maria Salete Vieira, de 60 anos. Diabética e hipertensa, ela relatou aos irmãos que estava com diarreia, a caso se agravou. Dias depois outros familiares começaram a apresentar sintomas do COVID-19, principalmente os mais velhos.
O segundo irmão foi o Clóvis, de 62 anos, três dias depois apresentou sintomas como tosse, febre e dor de cabeça. Ele não tinha comorbidades. Mas sua situação se agravou, dia 23 de março ele foi para o hospital. Segundo o filho dele, na ocasião, os médicos não cogitaram que pudesse ser coronavírus. Então ele foi medicado e liberado.
Quando Maria foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em um hospital no ABC Paulista, a família ficou em alerta. No mesmo dia, o irmão Clóvis foi internado em um hospital em Itapecerica da Serra, já debilitado e com muita dificuldade para respirar.
O terceiro irmão a apresentar os sintomas foi Paulo, quando foi ao hospital apresentava sintomas moderados. Ele tinha hipertensão, mas era controlada. Mas dois dias depois o quadro dele piorou muito e ele foi para a UTI, também em um hospital de Itapecerica da Serra.
Maria Salete teve uma parada respiratória dia 1 de abril, e não resistiu. No dia seguinte, Clóvis teve uma parada cardiorrespiratória e também foi a óbito. Na noite do dia 3, Paulo morreu. Todos os irmãos foram a óbito com suspeita de coronavírus. Os exames ainda não saíram e segundo a família não prazo.
Os enterros aconteceram separadamente, um a cada dia seguinte das mortes, em caixões lacrados, em cerimônias rápidas e com no máximo 10 pessoas como é recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os demais convidados da festa estão em isolamento em casa. Os que apresentaram problemas de saúde já se recuperaram.
Com informações do UOL