Após polêmica, vereador Shyton diz que pais não furaram fila da vacina contra a Covid
No dia 12 de março, os pais do vereador Carlos Shyton (Cidadania), de Embu-Guaçu, foram vacinados contra a Covid-19, antes do grupo prioritário para a idade deles. Quem revelou o ocorrido foi o presidente da Câmara Municipal, vereador Toninho Valflor (MDB), durante audiência pública de Saúde, dia 13. O caso ganhou repercussão na cidade.
A reportagem do Portal O Taboanense conversou com o vereador Shyton, que confirmou que a vacinação de seus pais aconteceu dia 12. Eles foram imunizados na chamada “xepa”, ou seja, sobra de vacinas.
“Sim, meus pais foram vacinados dia 12. Eles se inscreveram no dia 8 para tomar a “xepa” e dia 12 ligaram e eles foram vacinados. Meu pai tem 65 anos e minha mãe 64, ambos são hipertensos. Isso aconteceu quando a vacinação estava priorizando idosos de 77+”, esclarece Shyton.
O parlamentar comenta que nada foi ilegal e que ele nem sabia que na cidade havia a “xepa”. “Inclusive eu nem sabia, assim que começaram a falar em xepa em São Paulo eu apresentei uma indicação, e não tive resposta. Eu nem sabia que aqui estavam fazendo a xepa. Meus pais souberam por um agente de trânsito que comentou que estavam vacinando com a xepa e eles ligaram e deixaram o nome”, pontuou.
Questionado sobre a fala do presidente da Câmara que questiona a maneira como acontece a “xepa”, ele dispara que “o problema não é a vacinação dos meus pais, o problema é que o presidente falta com a verdade […] Se o problema fosse de fato a vacinação, se ele realmente acreditasse que eu tinha dado carteirada, teria me denunciado no Ministério Público, aberto uma CPI para investigar, mas a questão não é essa”.
O vereador ainda criticou a atitude do colega: “Esse presidente faz perseguição política, nada do que eu e meu companheiro de bancada [Isaias Coelho (Cidadania)] apresentamos passa. Infelizmente ele ainda está em campanha, ele não tem a menor capacidade de ser presidente de uma Câmara Municipal. Eu sou oposição, jamais teriam feito isso, nem mesmo se eu desse uma carteirada. O que eu não faria”.
A secretária de Saúde de Embu-Guaçu, Simone da Luz, confirmou que os pais do vereador Shyton foram vacinados na “xepa”. Cada frasco das vacinas de Oxford/Astrazeneca e da CoronaVac tem 10 doses. Após aberto, o primeiro deve ser utilizado em até 6 horas. O segundo, até 8 horas. Para não ocorrer desperdício, foi liberado a “xepa”.
“Sobre o caso relacionado aos pais do vereador Shyton, informamos que os mesmos foram vacinados na xepa, onde estavam sendo beneficiados os pacientes pertencentes aos grupos prioritários conforme orientação do governo do estado”, esclareceu a secretária à reportagem.
“Esta estratégia foi modificada no dia 18 de março, prevendo retorno dos pacientes para o dia seguinte, em casos de ausência de demanda suficiente para todas as doses contidas no final do expediente. Evitando assim deslocamento da população sem garantia de doses”, completou a secretária.
A reportagem tentou contato com o presidente da Câmara, vereador Toninho Valflor, mas até o fechamento da reportagem não obteve retorno.
Abaixo, a listagem de pacientes que poderiam ser contemplados com a xepa de acordo com o Governo do Estado
• Pessoas ≥ 60 anos de idade.
• Indígenas vivendo em terras indígenas homologadas e não homologadas.
• Trabalhadores da saúde.
• Povos e comunidades tradicionais ribeirinhas.
• Povos e comunidades tradicionais quilombolas.
• Pessoas portadoras de deficiência permanente grave.
• Pessoas com morbidades
• População privada de liberdade.
• Funcionários do sistema de privação de liberdade.
• Pessoas em situação de rua.
• Trabalhadores da educação (creche, pré-escola, ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, profissionalizantes e Educação para Jovens e Adultos – EJA).
• Forças de segurança e salvamento.
• Forças Armadas.
• Caminhoneiros.
• Trabalhadores portuários.
• Trabalhadores industriais.
• Trabalhadores de transporte coletivo metroviário, ferroviário, aquaviário, aéreo e rodoviário (transporte rodoviário é feito por estradas, rodovias, ruas e outras vias pavimentadas ou não, com a intenção de movimentar pessoas de um determinado ponto a outro).