Após protestos, Governo do Estado desapropriou terreno para conjunto habitacional no Pq. Laguna em 1989
O então vice-prefeito de Taboão da Serra é recebido pelo governador Orestes Quércia, em 1989
Olá amigos, nesta semana vamos relembrar mais uma matéria do nosso acervo histórico. Nessa coluna, abordamos uma matéria publicada originalmente na edição nº 318 do Jornal O Cidadão, publicada em julho de 1989. Destaque da edição foi a luta por moradia popular em Taboão da Serra.
No final da década de 80, a pressão por moradias populares aumentava de forma exponencial em Taboão da Serra. Anos antes, a cidade viveu uma série de invasões de terrenos públicos e particulares, criando bairros sem infraestrutura, o que levou o prefeito Armando Andrade pedir apoio do governo do Estado.
A pressão popular era grande. No dia 16 de julho, um domingo, cerca de 500 integrantes do movimento se reuniram na Praça Nicola Vivilechio e pressionaram a prefeitura e o Governo do Estado para a desapropriação. Eles ameaçavam invadir e acampar no terreno da Prodesp, que pertencia ao Estado na época, onde hoje é o Shopping Taboão.
Os manifestantes bloquearam a rodovia e foram caminhando até o Jd. Pedro Gonçalves, onde funciona a Prodesp. Os manifestantes só não invadiram o terreno porque havia a promessa que uma audiência seria realizada no dia seguinte, no Palácio do Governo. Os líderes decidiram dar um voto de confiança e foram até a Câmara Municipal, onde permaneceram em vigília até o desenrolar da história.
A após seis meses de protesto, quando a rodovia Régis Bittencourt foi diversas vezes bloqueada, o “movimento dos sem casa de Taboão da Serra” teve a primeira boa notícia. O governador Orestes Quércia, então governador do Estado, assinou a desapropriação de um terreno de 56 mil metros quadrados, no Pq. Laguna, para a construção de um conjunto habitacional popular.
O acordo foi fechado na época pelo então vice-prefeito de Taboão da Serra, Fernando Fernandes e contou com o apoio do deputado federal Farabuline Junior (PTB). Quércia recebeu pessoalmente Fernandes no Palácio do Governo. “A administração municipal está vivenciando os problemas da população e conjuntamente estamos resolvendo esses desafios”, disse na época Fernandes.
Na época o Pq. Laguna era praticamente mato, com poucas casas. Após a desapropriação, o Governo do Estado construiu o conjunto habitacional que foi vendido a preços populares para os moradores, a grande maioria integrante do movimento.