Aproveitar água das chuvas pode reduzir gastos em 50%, mas é preciso cuidado
Um dos primeiros cuidados é nunca destinar essa água para consumo humano
A preocupação com o uso racional da água tem estimulado muitas famílias a reaproveitar as águas das chuvas. Algumas pessoas criam boas ideias de cisternas para evitar o desperdício dos recursos hídricos. O uso dessa ferramenta pode reduzir em até 50% os gastos com consumo de água. “Atitudes como essas são bem-vindas, mas é preciso ter alguns cuidados para evitar até mesmo problemas de saúde para o consumidor”, alerta o engenheiro Luiz Roberto Gravina Pladevall, presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente) e vice-presidente da ABES-SP (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental).
Um dos primeiros cuidados é nunca destinar essa água para consumo humano. Ela só deve ser utilizada para limpeza de pisos, calçadas, vasos sanitários e carros, ou ainda para regar jardins e plantações. “Mesmo que o consumidor coloque cloro no reservatório, essa água é imprópria para qualquer consumo humano”, reforça o dirigente.
Pladevall orienta a dispensar as águas das primeiras chuvas. Segundo Pladevall, elas trazem toda a sujeira do telhado. Ele também recomenda a limpeza das calhas antes de aproveitar a água para evitar contaminações com fezes de ratos ou animais mortos. Além disso, elas podem estar carregadas com os poluentes presentes no ar, que vão desde fuligem, passando por elementos químicos como sulfato, amônia e nitrato.
O engenheiro indica ainda a colocação de um dispositivo, como uma tela, para impedir a entrada de resíduos sólidos no reservatório: “Assim, o morador evita a entrada de folhas, galhos, entre outros, que podem acelerar a mudança da qualidade do líquido”.
O presidente da Apecs sugere ainda a colocação de compostos de cloro nessa água para melhorar a sua qualidade. Além disso, o reservatório deve ser protegido da luz solar e ter um dispositivo no fundo para facilitar a limpeza quando necessária. Pladevall ressalta ainda a necessidade de manter a cisterna distante do alcance das crianças. “Também devemos tampá-lo para combater a proliferação do mosquito da dengue e, caso for instalar numa laje, ter a certeza que o local tem estrutura para suportar a carga”, alerta o dirigente.