Autoridades e artistas repercutem a morte de Raquel Trindade
Morte de Raquel Trindade repercutiu em todo Brasil; artista será sepultada nesta segunda-feira
A morte da escritora, artista plástica, folclorista e dançarina Raquel Trindade na madrugada do último domingo repercutiu entre autoridades, artistas e jornalistas da região. O corpo da artista está sendo velado no Teatro Popular Solano Trindade e nesta segunda-feira, em horário que será confirmado pela família, haverá um cortejo saindo do teatro até o Cemitério do Rosário, onde ocorrerá o sepultamento.
Em entrevista ao Portal O Taboanense, a deputada estadual Analice Fernandes lamentou a morte da artista e ativista dos Direitos das Mulheres. “A Raquel Trindade sempre fará parte da cultura embuense e brasileira. Uma artista que dedicou sua vida a promover a cultura afro e a defesa dos direitos das mulheres e das minorias”, disse.
Ainda segundo Analice, “sua trajetória, como a de seu pai, o poeta Solano Trindade representam a pluralidade da nossa cultura e a importância destas pessoas na formação da nossa sociedade. Quero também deixar uma abraço carinhoso a toda sua família, que são meus amigos queridos”, diz a deputada Analice Fernandes.
O presidente da Câmara Municipal, Hugo Prado, escreveu que “a história da Raquel se confunde com a história de Embu das Artes. Grande pessoa e uma artista completa, ela deixará um vazio irreparável para a cultura não só aqui, mas na região e no país. A notícia de seu falecimento traz tristeza a todos que conheceram e acompanham sua trajetória e, ao mesmo tempo, um sentimento de gratidão por sua arte e seu talento”.
O poeta Sérgio Vaz lamentou a morte da amiga escritora. “Raquel era um ser humano maravilhoso, uma mulher que através da sua arte e sabedoria nos ensinou que a luta contra o racismo, é uma luta de todos que acreditam na dignidade humana. Foi e será sempre uma honra ser contemporâneo dela. Tem gente que morre e fica ainda mais viva. Raquel é para sempre”.
Para o jornalista Márcio Amêndola, do jornal Fato Expresso, a morte de Raquel é uma terrível e triste notícia para Embu das Artes e toda a comunidade artística, em especial os movimentos afro-brasileiros. “Raquel foi uma das maiores e melhores pessoas que conheci na vida. Fundou com seu pai, Solano Trindade, o TPB – Teatro Popular Brasileiro, no Rio de Janeiro e após a morte de seu pai, Raquel criou o Teatro Popular Solano Trindade”.
Amêndola ainda lembra que Raquel “comandou a luta e ativismo cultural de Embu por décadas, levando o nome da cidade para o mundo inteiro” e “por seu trabalho, foi professora convidada na Unicamp e Universidades do Rio de Janeiro. Recebeu, em seu nome e de seu pai Comenda de Mérito Cultural da República, entregue pelo Presidente Lula”.
O prefeito de Embu das Artes, Ney Santos, se manifestou através de nota publicada no site da prefeitura. “É com pesar que a Prefeitura de Embu das Artes informa o falecimento da artista plástica Raquel Trindade, aos 81 anos. Ela estava internada em tratamento no Instituto do Coração de São Paulo (Incor) há alguns dias e faleceu nesta madrugada”.
Trajetória
Raquel Trindade Souza, a Kambinda, é a filha mais velha do poeta Solano Trindade. Pintora, dançarina,folclorista, coreógrafa, grande conhecedora da história e cultura afro-brasileira era considerada uma das maiores guardiãs do conhecimento das artes e culturas no Brasil. Fundadora do Teatro Popular Solano Trindade e da Nação Kambinda de Maracatu, sempre ministrou cursos e oficinas livres por todo o país, principalmente no Embu das Artes, onde morava.