Caminhoneiros bloquearam Régis Bittencourt por mais segurança em 1988
Caminhoneiros travaram a Régis Bittencourt em 1988 pedindo a duplicação da “Estrada da Morte”
Olá amigos, nesta semana vamos relembrar mais uma matéria do nosso acervo histórico. Nessa coluna, abordamos uma matéria publicada originalmente na edição nº 282 do Jornal O Cidadão, publicada em outubro de 1988. Entre os destaques da semana, a paralisação dos caminhoneiros que bloquearam a rodovia Régis Bittencourt.
Em maio de 2018 uma paralisação geral dos caminhoneiros colocou o país de joelhos, falta de abastecimentos, combustíveis e a dificuldade de circular por algumas rodovias foram apenas alguns dos reflexos da maior mobilização da história da categoria. Mas, 20 anos antes, Taboão da Serra já havia visto uma manifestação parecida, mas por motivos diferentes.
Em outubro de 1988 o jornal O Cidadão publicou em sua matéria de capa que caminhoneiros bloquearam a Régis Bittencourt. A exigência era a duplicação da rodovia, que era conhecida como Estrada da Morte pelo número absurdo de acidentes fatais devido a falta de segurança.
“A Régis Bittencourt continua matando quase que diariamente. Em Brasília, o Ministério dos Transportes insiste que não tem verbas para duplicação”, escreveu O Cidadão na época. O movimento pró-duplicação da rodovia ganhou após a paralisação um aliado de peso, o então governador do Paraná, Álvaro Dias.
O jornal destacou também que no início do ano o Governo federal “chegou a transmitir esperança” aos que lutavam pela duplicação da rodovia. “Em 7 de julho, Ulysses Guimarães, presidente do Brasil em exercício, esteve na cidade de Juquitiba e assinou o edital para a concorrência das obras da segunda pista”.
A euforia não durou muito, em agosto chegou a informação que Departamento Nacional de Estradas e Rodagem, com falta de verbas, cessaria todas as obras de conservação e ampliação das rodovias federais.
O Cidadão destacou também que no primeiro semestre de 1988, a rodovia havia registrado quase dois mil acidentes com a morte de 208 pessoas. “Em 1985, os acidentes mataram 155; em 86, o total foi de 210 e em 87, subiu para 297 mortes”.