Caminhoneiros rejeitam proposta de Temer e protesto continua na Régis Bittencourt
O presidente anunciou que o preço do óleo diesel será reduzido em 46 centavos
Greve dos caminhoneiros em 2018: Régis Bittencourt, em Embu das Artes, foi um dos pontos principais da paralisação
As medidas apresentadas pelo presidente Michel Temer em pronunciamento na noite de domingo, dia 27, não agradaram aos caminhoneiros que ocupam as rodovias do país. Na rodovia Régis Bittencourt, em Embu das Artes, o grupo recebeu orientação de não de cancelar os protestos enquanto o diesel não baixar na bomba do posto de gasolina, com isso, a manifestação, que já dura uma semana prossegue.
Caminhoneiros continuam parados na BR-116 no km 280 em Embu das Artes – sentido SP e no Km 279 – sentido Curitiba. De acordo com a Arteris, concessionária que administra a via, o tráfego liberado apenas para veículos leves, nesta segunda-feira, dia 28.
Entre as medidas propostas por Temer estão a redução do preço do óleo diesel será reduzido em R$ 0,46 por litro nas bombas por 60 dias, e isenção da cobrança de pedágio para os caminhões que circularem com eixo suspenso em todo o país.
De acordo com um vídeo publicado na página Planeta Caminhão, no Facebook, a categoria afirma que a proposta de redução de R$ 0,46 não será aceita, e a paralisação continua pelo menos até quarta-feira, dia 30. “A manifestação continua, pelo menos até quarta-feira, quando os caminhoneiros vão se reunir de novo com o governo federal”, anunciou.
O presidente ainda disse que estão mantidos os termos do acordo fechado no último dia 24 entre ministros e entidades representantes dos caminhoneiros.
Veja o que foi negociado entre governo e caminhoneiros:
– Redução do preço diesel em R$ 0,46 nas bombas pelo prazo de 60 dias. Depois desse período, o preço do diesel será ajustado mensalmente;
– Preço do diesel será reduzido em 10% nas refinarias e ficará fixo por 30 dias. Nesse período, o valor referência será de R$ 2,10 nas refinarias. Os custos da primeira quinzena com a redução, estimados em R$ 350 milhões, serão arcados pela Petrobras. As despesas dos 15 dias restantes ficarão com a União como compensação à petrolífera. A cada 30 dias, o valor será reajustado conforme a política de preços da Petrobras e fixado por mais um mês;
– Isenção da cobrança de pedágio dos caminhões que trafegarem com eixo suspenso. A medida vale para todas as rodovias (federais, estaduais e municipais);
– A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai contratar caminhoneiros autônomos para atender até 30% da demanda de frete. O governo editará uma medida provisória no prazo de 15 dias;
– Não haverá reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário de cargas;
– Será estabelecido frete mínimo rodoviário. Tabela de frete será reeditada em 1º de junho e, a partir daí, ajustada a cada três meses pela ANTT;
– Alíquota da Cide será zerada em 2018 sobre o diesel;
– Isenção do pedágio para caminhões que circulam vazios (eixo suspenso);
– Ações judiciais contrárias ao movimento serão extintas;
– Multas aplicadas aos caminhoneiros em decorrência da paralisação serão negociadas com órgãos de trânsito;
– Entidades e governo terão reuniões periódicas a cada 15 dias;
– Petrobras irá incentivar que empresas contratadas para transporte dêem oportunidade aos caminhoneiros autônomos, como terceirizados, nas operações de transporte de cargo;
– Solicitar à Petrobras que seja observada resolução da ANTT 420, de 2004, sobre renovação da frota nas contratações de transporte rodoviário de carga.