Circo Spacial dá um show em Taboão
ACERVO HISTÓRICO – Com sua estréia realizada no dia 18 de junho, o Circo Spacial vem cativando cada vez mais o interesse dos moradores de Taboão da Serra pela arte do picadeiro. O circo permanecerá até o dia 27 de julho no município. São em torno de 11 apresentações por semana. “Nosso circo é o único que os shoppings liberam para apresentação” disse o diretor, professor e artista Chang. Segundo ele, o que facilita a apresentação em alguns lugares é a ausência de animais no espetáculo. “Nós privilegiamos a organização e não usamos animais nas apresentações porque a nossa filosofia é buscar valorizar acima de tudo o potencial do ser humano” completou ele.
O circo vem buscando resgatar do passado, as características dos circos que eram circos teatro. E neste aspecto, tentar mesclar essa característica passada com um lado futurístico com efeitos de luzes e atrações sempre atualizadas.
Todos os artistas fazem curso de teatro e já foram premiados pela Associação de empresários de direção artística. O trapezista Niro Bayeta, por exemplo, ganhou duas vezes consecutivas o prêmio de melhor trapezista do Brasil. No ano de 2001 o Circo Spacial bateu o seu récorde; foram nove troféus para o circo, algo nunca alcançado na história de todos os circos do país. “Os críticos desse meio artístico já estão apostando em “Tonelada”, o próximo palhaço a receber o prêmio” disse Chang. Já o palhaço, disse que ainda não pensa nisso, que seu maior prêmio é o retorno que ele tem do público. “O palhaço não tem só que fazer palhaçadas, e sim fazer um pouco de tudo, se um malabarista está ensaiando, eu já tenho que ir e aprender um pouco também” disse “Tonelada”.
“O lado teatral do espetáculo se baseia na história em que uma fadinha, logo na primeira cena desperta um boneco para a vida real, ele ganha movimento e começa o espetáculo. Como se nós, artistas, chamássemos o público para entrar na nave do Circo Spacial, onde nós buscamos mostrar o mundo real com toda a alegria e fantasia. Na última cena o boneco volta ao que era antes, um boneco sem vida” completou Chang.
Outro fato interessante é a preocupação que o circo tem com o meio ambiente. “É pensando nisso que buscamos a organização, não usamos animais no espetáculo”.
Segundo Chang, essa filosofia veio da diretora Marlene Querubim que além de arquiteta, fazia teatro. Hoje com 17 anos de circo e considerado pelo meio artístico, o melhor circo do Brasil, o Circo Spacial vem enfrentando a dura batalha do desinteresse do público pelo espetáculo. As pessoas já não procuram os circos como antes, os palhaços encontram cada vez mais dificuldades em fazer o público rir, tudo isso por causa da tamanha preocupação que as pessoas carregam” disse Chang. Ele ainda disse que com o surgimento do computador e do videogame, as crianças já não procuram divertimento com o circo. Chang e o palhaço Pingolé são os artistas que estão há mais tempo no circo. Pingolé está há 15 anos e Chang está há 13.
As apresentações são inúmeras “as pessoas se emocionam muito com o globo da morte, mas quem interage mesmo com o público são os palhaços Pingolé e Tonelada” disse Chang. Este por exemplo, em seu número equilibra 28 taças móveis sustentadas no nariz, há também as acrobacias de Aline que se apóia apenas em um aro de metal, o malabarismo de Marcelo Marinho, entre as outras atrações. Apesar da falta de incentivo ao meio cultural no município de Taboão, Chang disse que está sendo maravilhoso se apresentar aqui e que o público é super cativante. “Eles nos contagiam a tentar fazer nosso espetáculo cada vez melhor” disse Chang.
A história do circo
Apesar de sua pouca idade, apenas 17 anos, o Circo Spacial já tem história pra contar. Nasceu do sonho de um garoto de 4 anos, Jacson Querubim, que em sua fantasia de criança sonhou com uma nave espacial e o desejo de levar através dela, em uma viagem imaginária, alegria, fantasia e emoção para as crianças de todas as idades. O sonho foi apenas a semente lançada que veio a germinar através de sua mãe – Marlene Querubim Jardim, que trabalhava na ocasião na área de marketing e mantinha contatos com empresários, inclusive circenses. Nascia ali, do sonho e da empresária Marlene e seu sócio Antonio Luiz Jardim, o Circo Spacial. Parentes, amigos e outros profissionais acreditaram e se agregaram formando a grande família Spacial que hoje conta com uma troupe de mais de 35 famílias que passaram a percorrer todo o Brasil, com mais de 120 pessoas, 20 carretas, cavalos mecânicos, carro de som, traillers, mais de 200 toneladas de ferro, equipamentos, um guarda roupa com mais de 2000 peças esbanjando muito brilho, luxo e cores. Com capacidade para abrigar 3 mil espectadores em cadeiras confortáveis a empresa tem hoje 3 jogos de lonas, hall de entrada, uma praça de alimentação e uma lona especial onde acontecem os espetáculos.
O Circo Spacial foi por 5 vezes destaque no Fantástico; 2 vezes no Globo Repórter; participação especial na Novela Cambalacho – Rede Globo; além de inúmeras aparições nos programas da Xuxa; Domingão do Faustão; Vídeo-Show; Caldeirão do Huck; Eliana; Ed-Banana; Note e Anote; Comando da madrugada, com Goulart de Andrade; É Show; Super Positivo; Ratinho; Super Pop; nos programas de jornalismo de todas as emissoras, além de inúmeras páginas em jornais nacionais, locais, revistas, além de entrevistas em emissoras de rádio por todo o Brasil.
Faz parte da história do Circo Spacial uma apresentação no Maracanã para 220 mil pessoas. Só no ano 2001 recebeu 7 troféus, premiação especial da Secretaria de Cultura de S.Paulo, sendo o único circo a receber a visita de um Presidente da República do Brasil, nos últimos 30 anos.