Cobertura histórica das eleições de 1986 aproximou TV Bandeirantes e O Cidadão
Equipe do O Cidadão reunida junto a perua da TV Bandeirantes que rodou por 15 cidades atrás das informações
Olá amigos, nesta semana vamos relembrar mais uma matéria do nosso acervo histórico. E como neste fim de semana teremos eleições presidenciais, nessa coluna, vamos relembrar a cobertura realizada no pleito de 1986, quando o Jornal O Cidadão se associou a Rede de Rádio e TV Bandeirantes para a cobertura ao vivo da apuração em 15 cidades da Grande São Paulo, entre elas Taboão da Serra, Embu, Itapecerica, Cotia, Barueri, Osasco, Carapicuíba entre outras.
Na edição 181, de 4 de outubro de 1986, trazia em sua manchete a histórica parceria entre O Cidadão e a Rede Bandeirantes. “O gigantesco esquema de cobertura está sendo montado, já em fase de estruturação, e todas as peças estão se encaixando perfeitamente”, anunciou o jornal.
A parceria aconteceu através do jornalista José Paulo de Andrade, um ícone do jornalismo, que comandava o Jornal da Bandeirantes que iniciou conversas com O Cidadão, através do editor Paulo Pontes e do Diretor e fundador do jornal, Nilson Latorre.
A cobertura
A eleição daquele ano aconteceu no dia 15 de novembro, em meio à euforia do Plano Cruzado. Os cargos de Governador e Senador, além de deputados federais que foram responsáveis pela Constituinte de 1988.
Na edição 188, o resultado de todo trabalho em conjunto entre Bandeirantes e O Cidadão ganhou destaque em duas páginas inteiras. “Foi um trabalho estafante, aonde os 21 profissionais que trabalhavam para nosso jornal não tiveram tempo de se alimentar ou dormir”.
A brilhante cobertura daquela eleição tinha no comando Nilson Latorre e Paulo Pontes que coordenaram a equipe em 15 cidades que informavam como estava a apuração através de telefonemas. Pontes entrava em links ao vivo na Rádio Bandeirantes, direto da redação do O Cidadão, levando os boletins da região para todo Estado.
Naquela época, das cédulas de papel, as apurações duravam dias. A votação aconteceu no dia 15 de novembro, um sábado. “A primeira cidade a fechar a apuração foi Itapecerica da Serra, que na manhã de terça-feira [dia 18] contou seu último voto”, informou. Taboão da Serra teve a apuração mais demorada, finalizando apenas na quinta-feira à noite.
Na época eu era muito jovem, mas mesmo assim pude participar de todo processo, vi a dedicação e o empenho de toda a equipe, a preocupação com detalhes que meu pai, Nilson Latorre, que chegava a beirar o perfeccionismo. A competência de Paulo Pontes que soube como ninguém ser o maestro da redação.
Foi nessa cobertura que eu aprendi a respeitar ainda mais meu pai. Fazer jornal nunca foi uma coisa fácil em Taboão da Serra, mas sua dedicação superou todos os desafios, percalços e dificuldade que enfrentamos naquela semana agitada e cansativa. Vi nos olhos do meu pai o brilho de quem estava fazendo o que mais amava: jornalismo
A cobertura das eleições de 1986 foi um sucesso tão grande que diversas TVs e Emissoras concorrentes da Band entravam em contato para confirmar informações e números que divulgávamos através dos boletins. “A rádio Joven Pan e a TV Record solicitaram por diversas vezes dados referentes a região. E o reconhecimento veio através do próprio pessoal da Globo, que passou a acompanhar as apurações na região através dos nossos mapas”, escreveu o jornal na época.
Os resultados já eram esperado, eleito governador de São Paulo, Orestes Quércia foi o mais votado também em nossa região. Em Taboão da Serra, o resultado na época foi: 1º) Quércia com 25.563 votos; 2º) Antônio Ermínio de Moraes, 13.320; 3º) Paulo Maluf, 11.518; 4º) Eduardo Suplicy, 6.974 e em 5º) Teotônio Simões, com 1.157. Votos brancos foram 6.570 e 2.291 nulos. Taboão tinha 70.461 eleitores e 141 urnas (seções de votação) naquela época.
A matéria que finalizou a histórica edição 188 terminou assim: “jornalismo é isso. Jornalismo é coisa séria. É informação. É dinamismo. É contar os fatos como eles são, não como querem que sejam. É não esconder a verdade. É prestar serviço à população. Nossa missão está cumprida. Praticamos mais uma vez o jornalismo”.
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