Comandante da GCM diz ser necessário repensar implantação de bases
No comando da Guarda Civil Municipal desde junho do ano passado, o GCM de carreira Sandro Léo, disse durante a reunião do Conseg, na noite desta quarta-feira, dia 22, ser contra a política de implantação de Bases, um dos pilares da área de segurança da atual administração. O principal motivo é o efetivo que fica fixo no local, diminuindo as rondas e a mobilidade dos guardas.
Questionado por moradores do Jd Monte Alegre que pedem mais segurança no bairro após uma série de eventos violentos, Sandro Léo justificou que as viaturas são mais eficazes do que as bases, uma vez que os guardas ficam sem ter mobilidade para atender ocorrências em outras localidades.
“Eu tenho hoje bases móveis espalhadas pela cidade, eu tenho uma no Pazzine, tenho uma na divisa no Intercap, tenho no Marabá, no Jd. Leme, tenho no Salete, no São Judas. Então, façam as contas, em cada base dessas eu tenho dois guardas, por 12 horas. Eu prefiro ter viaturas, que eu acabo direcionando para onde tem ocorrência”.
Segundo Sandro Léo, o efetivo da GCM atualmente é de 210 guardas, mas só 187 GCMs estão “operando”, dividido por quatro plantões. O comandante da corporação justificou: “Se eu hoje montar outra base, vou ter que por mais dois guardas, então vai ser uma viatura a menos [na ronda]”.
Sandro Léo ainda citou exemplos que mostram a pouca eficácia das bases. “Me dificulta muito eu saber que tenho homens atrelados a uma base que por diversas vezes eles se depararam com situações que eles precisavam ir a 50, 100 metros para atender uma ocorrência e eles não tinham como atender. Tem que aguardar a chegada da viatura, porque não pode simplesmente fechar a base e deixar ela lá”.
Apesar de ser contra, o comandante disse que é quase impossível desativar as bases já existentes. “Quando se monta uma base, por exemplo, do Pazzine, hoje, tentar tirar é complicado, não porque ela dá aquela falsa sensação de segurança, oferece [segurança] pra meia dúzia, mas para quem mora mais pra cima, não adianta muito. O que acontece, ela está implantada, para retirá-la não e tão fácil. Tem todo aquele tramite pra desarticular isso”.
Repercussão
A posição do comandante repercutiram rapidamente na reunião do Conseg. Um morador, que assinou o abaixo assinado pedindo a construção de uma base no Jd. Monte Alegre, disse que sempre acreditou que esse tipo de equipamento trouxesse segurança para o bairro. “É um pensamento nosso, de pessoas leigas. Fizemos o abaixo assinado para a base, mas se ela não é o ideal, nos passe o que precisa ser feito, o que podemos fazer, o que é mais eficiente”.
O vereador André Egydio disse que depois da explanação de Sandro Léo, teve que rever seus conceitos. “Eu sou autor de vários pedidos para a implantação de bases móveis da GCM, inclusive no Pirajuçara. Mas agora com essas colocações, temos que voltar a conversar com o prefeito para ver se essa política é a mais adequada”.
Já o vereador Cido disse ser totalmente favorável a implantação das bases da GCM. “A GCM faz um papel que não é dela, o de polícia. Quando nós pensamos em uma base, que elas estão aí, utilizando muitos soldados, a sensação de saber que naquela área tem uma base te dá mais segurança. Eu tenho um trabalho na região do São Judas, do Indiana, e quando vai uma base pra lá a população não deixa sair de forma alguma, porque a base fez diferença lá”.
Cido ainda argumentou que a população aprova as bases da GCM implantadas pela prefeitura. “Não sou especialista em segurança pública, mas a população agradece muito as bases, essa é minha posição. Sei que divergências devem que existir, temos que discutir e debater de forma mais profunda essa questão”.