Comércio e Shopping fecham as portas e universidade cancela aulas em dia de pânico
Comércio fechado na avenida Dr. José Maciel por volta das 16h
Em mais um dia de atentados da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) a boataria foi o pior inimigo do Poder Público, que se esforçou para mostrar que a situação já está controlada. O coronel Eliseu Éclair Teixeira Borges, comandante da Polícia Militar, admitiu na tarde desta segunda-feira, dia 15, em entrevista coletiva, que o Estado de São Paulo está vivendo “uma guerra”, porém, afirmou que “foi o dia mais tranqüilo dos últimos dias”, disse.
Apesar dos esforços da polícia em mostrar que a situação já não é tão grave, o dia foi marcado pelo pânico da população e pelo caos causado, principalmente na capital, no transporte coletivo, onde cerca de 5 mil ônibus deixaram de circular.
Em Taboão da Serra não houve problemas no transporte público, apenas o trânsito que ficou complicado devido a diversas barreiras policiais. Nenhum ônibus foi queimado no município e toda a frota circulou normalmente.
Porém os boatos, prontamente negados, que a Secretaria de Segurança Pública teria pedido para o comércio fechar as portas deixou o clima nervoso entre os moradores e comerciantes. O Shopping Taboão encerrou o expediente às 16h. Segundo a sua assessoria de imprensa, “a medida foi tomada para que os funcionários do Shopping pudessem ir embora para casa sem problemas. Amanhã (terça-feira) a previsão é de funcionamento normal”. O boato que circulou dizendo que existia uma bomba no interior do centro de compras foi desmentido.
No comércio de rua a situação foi a mesma. Por volta das 15h um boato dizendo que a polícia teria pedido para os comerciantes fecharem as portas fez com que algumas lojas encerrassem as atividades mais cedo. “O meu vizinho disse que ouviu um outro lojista dizendo que poderia ocorrer algum atentado e a polícia mandou fechar tudo, só fiz isso pela minha segurança”, confessou Fábio Marcondes, dono de uma loja na avenida Dr. José Maciel.
A Faculdade Taboão da Serra confirmou, através de sua assessoria de imprensa, que irá continuar com as aulas normalmente. Já a Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo), em comunicado aos jornais que foi publicado em seu site, informou que “em razão da falta de transporte e calamidade pública na cidade de São Paulo, não haverá aula hoje dia 15/05/2006 em todos os campi da Uniban”.
A Câmara Municipal também encerrou as atividades mais cedo, os funcionários foram dispensados às 16h. A princípio a sessão legislativa que acontece nesta terça-feira, às 18h, está confirmada. O rodízio municipal de veículos na capital foi cancelado.
Segundo o coronel Éclair a polícia não vai recuar frente aos ataques promovidos pelo crime organizado. Os números oficiais dessa onda de crimes foram divulgados na segunda-feira, durante a coletiva: 81 pessoas entre policiais e civis morreram desde sexta-feira. Foram presas 91 pessoas e apreendidas 100 armas, 39 bandidos foram mortos.
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