Conheça a origem do nome da cidade de Embu das Artes, que completa hoje 61 anos
Centro Histórico de Embu na década de 1970
“Embu” é uma corruptela do nome da aldeia jesuítica que deu origem à cidade: Mboy. Existem duas propostas etimológicas para o topônimo Mboy: é um termo oriundo do tupi antigo mboî’y (“rio das cobras”, a partir da junção dos termos mboîa, “cobra” e ‘y , “rio”).
Uma das variações sobre a origem do nome, é que M’Boy – cobra em tupi-guarani – foi dado para homenagear um índio que salvara da morte o padre Belchior de Pontes, figura fundamental na história da aldeia.
A aldeia jesuítica tem a primeira referência documental sobre as terras de Bohy datada em 1554, quando Fernão Dias Paes (o Moço), Pero Dias e Braz Esteves requereram o que sobrara das terras do bandeirante Domingos Luís Grou.
Em 24 de janeiro de 1624, Fernão Dias Paes e sua mulher, Catarina Camacha, fazem a doação de sua fazenda aos padres da Companhia de Jesus, mas somente em 27 de julho de 1668, as terras de Bohy passam definitivamente a pertencer aos jesuítas.
M’Boy, Boy, Bohi, Bohu, Emboi, Alboy, Embohu. Diversas grafias foram registradas por Sérgio Buarque de Hollanda para a palavra indígena que nomeava a extensa região onde surgiu a aldeia.
Topônimo
Em 30 de novembro de 1938, o então distrito de M´Boy passa a se chamar Embú, sendo o nome, de acordo com a norma gramatical da época, grafado com acento. Anos mais tarde, inicia-se o movimento que pedia a emancipação política e administrativa de Itapecerica da Serra. Em 18 de fevereiro de 1959, Embu é, finalmente, declarada município.
A vocação artística da cidade começou em 1937, quando Cássio M’Boy, santeiro de Embu, ganhou o primeiro grande prêmio na Exposição Internacional de Artes Técnicas em Paris. Antes disso, Cássio foi professor de vários artistas e recebia em sua casa expoentes do Movimento Modernista de 1922 e das artes em São Paulo, incluindo Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Alfredo Volpi e Yoshio Takaoka.
Escultores, pintores, poetas, músicos, cantores e estudiosos da cultura popular acabaram encontrando em Embu o lugar mais que propício para produzir e divulgar sua arte, tendência que, empiricamente, modificou até o próprio nome da cidade que passou a ser conhecida em todos os cantos como Embu das Artes.
Cidade das Artes
Em 2011, o então prefeito Chico Brito assinou um convênio com o Tribunal Regional Eleitoral que oficializou a realização do plebiscito, em um domingo, dia 1º de maio, que consultou o eleitorado local sobre a oficialização do nome da cidade como Embu das Artes.
Após dois meses de campanha, contra e a favor da mudança, a maioria da população decidiu incorporar oficialmente o traço artístico local à identidade oficial da cidade. No plebiscito pouco mais de 74 mil eleitores (66,48% dos votos) aceitaram rebatizar o município para “Embu das Artes”. Os votos contrários foram cerca de 38 mil (33,52%).
No dia 7 de setembro de 2011 o então governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin sancionou a lei que alterou o nome da Estância Turística de Embu para Estância Turística de Embu das Artes. A lei 14.537 foi publicada no Diário Oficial. A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou a mudança de nome no dia 10 de agosto.
Com informações da Prefeitura Municipal de Embu das Artes e da Sociedade Ecológica Amigos de Embu (SEAE)