Coordenador da Defesa Civil de Taboão da Serra diz que temporal foi “atípico”e que equipes estão na rua
O Engenheiro Caros Hueb, coordenador da Defesa Civil de Taboão da Serra
Há muito tempo Taboão da Serra não enfrentava uma situação tão grave em decorrência de assuntos climáticos. Por décadas, a cidade sofreu com as enchentes, mas nos últimos dois anos, os vendavais estão sendo considerados pela prefeitura como o fenômeno climático mais preocupante para a cidade.
Na noite desta sexta-feira, dia 11, um temporal castigou a cidade deixando um rastro de destruição, prejuízo e caos em Taboão da Serra. Até agora, muitos bairros ainda estão sem fornecimento de energia elétrica. Semáforos estão desligados, aumentando o trânsito e congestionamentos em todo município.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Taboão da Serra, Carlos Hueb, o temporal foi “atípico” e não havia alertas sobre o fenômeno. “Olha, foi uma situação atípica. Nós tivemos um vento muito forte que nos surpreendeu. Coisa de mais ou menos 130 km por hora, atípica da nossa região”, afirmou.
Hueb disse que a tempestade “foi uma coisa muito rápida”, porém, “teve uma consequência em várias áreas da cidade. Nos estamos trabalhando sem dormir desde ontem, toda Defesa Civil está empenhada para liberar todas as avenidas e ruas de Taboão da Serra”.
De acordo com Hueb, Taboão da Serra registrou 32 ocorrências de queda de árvore de grande porte, uma situação nunca vista antes. “Além disso, a gente passa na rua e existem outras ocorrências, outras emergências. Estamos fazendo isso desde ontem à tarde. Infelizmente essa uma situação que a gente não tem como controlar não tem como saber e não tem como prevenir, então é uma situação bem complicada”.
Devido ao inúmero número de galhos caídos na fiação elétrica de Taboão da Serra, muitos bairros continuam sem fornecimento de energia, deixando milhares de moradores em uma situação complicada, com alimentos na geladeira e sem acesso a internet.
Água e energia
Segundo o presidente da Enel, Guilherme Lencastre, Taboão da Serra foi uma das cidades mais atingidas por queda de árvores na rede elétrica. Ele não determinou um prazo para que seja normalizado o fornecimento. Até o fechamento desta matéria, a maior parte dos bairros ainda sofria sem luz.
De acordo com moradores, a energia elétrica foi restabelecida por volta das 13h30 na região do Jd. Maria Rosa e região central de Taboão da Serra.
Lencastre disse que além de Taboão da Serra as áreas mais atingidas foram zonas oeste e sul da capital, além de municípios como Cotia, São Bernardo, Santo André e Diadema. A concessionária afirmou que as rajadas de vento chegaram pela zona oeste e, depois, passaram pela zona sul, onde houve o maior número de estragos.
A falta de energia elétrica na Grande São Paulo afetou a distribuição de água em regiões de São Paulo, São Bernardo do Campo, São Caetano, Santo André e Cotia. Estações elevatórias e boosters (equipamentos que transportam a água para locais mais altos) foram prejudicadas e a concessionária de energia foi acionada.
Taboão da Serra, Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra e Embu-Guaçu não devem sofrer com falta de água neste primeiro momento.
A Sabesp orienta os moradores sobre o uso consciente da água armazenada nas caixas residenciais em toda a região metropolitana, uma vez que o sistema de abastecimento é integrado.
Já a Enel informou à Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) que cerca de 1,6 milhão de clientes continuam impactados pela falta de abastecimento de energia elétrica na Grande São Paulo.