Coronafobia: o medo excessivo de pegar covid
Especialista explica o problema que tem relação ao excesso de ansiedade
Desde 2020 o mundo vive uma pandemia que já deixou milhares de mortos e sequelados, mais de 530 mil apenas no Brasil. Com um cenário de tantas incertezas sobre a doença e a proximidade cada vez maior do vírus, o medo de se infectar torna-se mais presente, desenvolvendo assim o excesso de ansiedade, que é chamado pelos estudiosos da área da psicologia como “Coronafobia”.
Como o nome sugere, esse problema é desencadeado pela situação pandêmica. O termo surgiu após estudos realizados nos Estados Unidos com 500 pessoas, onde foi analisado que os casos de ansiedade e depressão estavam relacionados à Covid-19.
”O medo excessivo, como também a preocupação e a ansiedade em se infectar, podem gerar impactos significativos na saúde mental. Os medos mais comuns são: o da morte ou de ficar muito doente com graves sequelas. Estes são os sinais de Coronafobia”, explica a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Luciana Rodrigues.
A especialista explica que o problema pode aparecer em pessoas sem transtornos psíquicos, mas tende a surgir com maior intensidade em quem tem síndrome do pânico, transtornos obsessivos, comportamentos de acumulação e idealizações suicidas, pois essas pessoas são mais suscetíveis a determinadas situações que geram ansiedade e outros sofrimentos psíquicos.
“Além de problemas comportamentais, a Coronafobia apresenta problemas relacionados a qualidade do sono, dificuldades de respirar, coração acelerado e palpitações. Por isso, é de extrema importância o acompanhamento com um psicólogo e psiquiatra, pois em muitos casos é necessário o uso de medicamentos aliados a psicoterapia”.
A professora dá algumas dicas para evitar gatilhos que levem ao aumento da ansiedade:
– Perceber se consegue controlar sozinho/a sua ansiedade, medo ou preocupação;
– Observar seus comportamentos, se existe certo excesso (frequência alta de alguns comportamentos), como por exemplo: procura em excesso por atendimento médico na suspeita de estar doente, medo em excesso de tocar superfícies, paranoia em lavar as mãos e passar álcool a todo instante, sem ter motivo para essa intervenção. Quando for assim, melhor investigar;
– Tentar controlar as informações que recebe ou o tempo que fica nas redes sociais e em sites de notícias, informações em excesso podem ser um gatilho;
– Promover ações de bem-estar que geram cuidados para si, como: a prática diária ou semanal de exercícios físicos, alimentação saudável, estar perto das pessoas que amam e que te fazem bem, mesmo mantendo o distanciamento social e práticas de higiene. Mesmo vivendo uma pandemia, conseguimos estar perto das pessoas que queremos bem, o uso da tecnologia pode ser benéfico, como fazer vídeos chamadas, conversas pelas redes sociais, entre outros meios que possibilitem acessos a um grupo social e de apoio. Mas, para aquelas que não costumam usar muito ferramentas tecnológicas ou não dispõem de condição econômica para, é importante analisar o que te faz bem, o que traz calma, paz e esperança, cultivar esses sentimentos pode evitar alguns gatilhos emocionais.