Descartar para preservar é solução para lixo eletrônico
O descarte correto dos lixos eletrônicos diminui o impacto ambiental e a logística reversa torna-se grande aliado
Por Beatriz Melo
Os produtos adquiridos pela população estão sendo descartados em maior quantidade e cada vez mais rápido nos últimos anos. Dentre eles destacam-se os lixos eletrônicos, que por vezes são descartados de maneira incorreta ou até mesmo ainda em funcionamento. O avanço tecnológico, apesar de contribuir positivamente no cotidiano das pessoas, saúde, lazer, relacionamentos, transporte, entre outros, pode trazer consigo algumas consequências negativas para o meio ambiente e para o próprio ser humano.
A inovação de aparelhos eletrônicos torna obsoleto aqueles que já existiam no mercado, disponíveis para compra. Há uma constante necessidade de adquirir as novidades e consequentemente sentir que finalmente as suas demandas serão atendidas. Ter em mãos os recentes lançamentos do mercado dão a impressão de que não se está ficando para trás e que o aparelho antigo já nem era tão bom assim. Dessa forma, os ciclos de consumo estão sendo abreviados e consequentemente há mais lixo sendo produzido e descartado.
Fios, televisores, computadores e celulares são apenas alguns dos exemplos de eletrônicos que são descartados diariamente. Desde uma geladeira até as pilhas de um controle remoto, esses e outros objetos interferem na qualidade de vida do planeta e dos seres vivos que o habitam, por conta dos resíduos químicos que contém. Mas o que grande parte da população não sabe, é que esses materiais devem ir para locais específicos, que não o lixo doméstico.
Segundo a GTech Soluções Ambientais, o tempo aproximado de decomposição de pilhas é de até 500 anos. Imagine quantas pilhas e baterias são produzidas e descartadas o tempo todo. A maioria dos aparelhos requisita o uso de mais de uma pilha, cujo a vida útil é pré-determinada e logo precisará ser substituída. Sendo assim, o mínimo que podemos fazer para contribuir na diminuição dos impactos ambientais é realizar o descarte correto desse e de outros eletrônicos.
Estão distribuídos pelo país, diversos pontos de coleta disponibilizados por empresas, onde cada cidadão pode descartar pilhas, baterias, celulares, acessórios, tablets, impressoras, monitores, cpus e notebooks. A capital paulista, por exemplo, conta com cerca de 366 postos. A localização dos pontos de coleta de São Paulo e das demais cidades podem ser consultadas no site da GM&CLOG, especialista em logística reversa. Além deles, alguns empreendedores também realizam a coleta de eletrônicos, dando a eles novos destinos ou auxiliando no encaminhamento para a reciclagem.
Mas o que é logística reversa?
De forma simplificada, este processo acontece após a utilização ou vencimento de produtos e consiste no retorno dos mesmos aos fabricantes, que serão responsáveis pelo encaminhamento à reciclagem e descarte adequado daquilo que não puder ser reutilizado. Neste ciclo, estão envolvidos consumidores, comerciantes, distribuidores, importadores, fabricantes e recicladores. No caso dos lixos eletrônicos, torna-se possível transformar o plástico e o chumbo em matéria-prima reutilizável para a produção de novos produtos, evitando que os mesmos fiquem expostos ao meio ambiente.
Vale lembrar que para a iniciativa acima fazer sentido e funcionar, a participação do consumidor é essencial. Ele deve se dirigir até um ponto de coleta e descartar os produtos inutilizáveis, para assim dar início a um ciclo sustentável.