DHPP prende três mulheres envolvidas em “tribunal do crime” que vitimou morador de Embu
Homem foi obrigado a confessar violência sexual contra o próprio filho e foi executado com um tiro na cabeça; outros seis envolvidos tiveram a prisão temporária solicitada à Justiça
A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), prendeu três mulheres, na manhã desta sexta-feira (14), durante o cumprimento de ordens judiciais contra suspeitos de homicídio e envolvimento em “Tribunal do Crime”. Além delas, outros seis envolvidos tiveram a prisão temporária solicitada à Justiça.
As detenções são resultado de uma investigação coordenada pela equipe A Sul, com apoio da 1ª Delegacia da Divisão de Homicídios, com o objetivo de chegar aos autores da execução de um instrutor de auto-escola, de Embu das Artes. O homem foi encontrado morto na represa Guarapiranga, na zona sul da Capital, com um tiro na cabeça.
“Em janeiro deste ano, [a vítima] desapareceu. Seus familiares fizeram o boletim de ocorrência. Posteriormente, seu corpo foi encontrado, então não se tratava de um desaparecimento comum e sim um homicídio”, relembrou o delegado divisionário, Marcelo Jacobucci.
O trabalho de apuração teve início com a divulgação de dois vídeos, em redes sociais, onde supostamente a vítima confessava ter violentado o filho. Após a investigação, foi constatado que, na verdade, o instrutor foi coagido a admitir o crime pelos homens que aparecem nas imagens. Para isso, a vítima sofreu tortura física e psicológica e também foi embriagada.
Constatado o homicídio, os policiais civis apreenderam o celular da ex-companheira da vítima, de 21 anos, e verificaram uma conversa dela com a mãe, de 63, e uma amiga, de 34, na qual falavam sobre a morte do instrutor.
“As três teriam encomendado a morte dele, entrando em contato com criminosos que têm ligação com o tribunal do crime e alegando que a vítima teria molestado o filho, de quatro anos, fato este que não ocorreu, haja vista que a criança foi submetida a exames e nada foi constatado”, explicou Jacobucci. “Apurou-se que a razão principal deste brutal crime seria pagamento de pensão alimentícia”, completou.
De posse dos endereços e apelidos dos envolvidos, o DHPP identificou todos os suspeitos, um total de nove pessoas, e obteve mandados de prisão e de busca e apreensão junto à Justiça. As ordens judiciais foram concedidas e cumpridas na manhã de hoje.
Como resultado, as três mulheres foram presas temporariamente. Além disto, foi solicitada a prisão temporária de outros seis envolvidos identificados. Um deles é o real executor do crime, ou seja, quem atirou na vítima, e já se encontra detido em uma unidade prisional por outro delito (roubo). Além dele, outros três homens foram levados à Divisão, onde foram ouvidos. Os dois envolvidos restantes são procurados.
Por Nathalia Pagliarini, da SSP