Diferença no valor dos produtos da ceia de Natal chega até 200% na região
Por Matheus Herbert, da Gazeta de S. Paulo
Os moradores da região sudoeste da Grande São Paulo podem preparar os bolsos caso queiram uma mesa farta durante a ceia natalina neste ano. Além do aumento nos preços devido ao período e festas, os mesmos produtos podem ter uma diferença de cerca de 200% no valor. Este ano, o quilo do bacalhau, do peru, da uva passa e do damasco, foram os produtos que mais registraram aumento. Porém, mesmo com os preços elevados, os empresários do setor supermercadista projetam crescimento de 8,34% nas vendas, de acordo com a Pesquisa Natal 2017, da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS).
A Gazeta visitou na última semana os cinco principais mercados da região e analisou o preço dos 10 principais produtos que fazem parte da ceia. O produto que registrou o maior aumento foi o quilo do bacalhau. No Assaí de Embu das Artes, o quilo do peixe pode ser comprado por 24,20, já no Carrefour de Taboão da Serra, o mesmo produto é vendido por R$ 72,40.
O preço do quilo do tradicional peru natalino também pode registrar uma variação conforme o mercado. No Lopes de Embu das Artes, o quilo da ave é comercializado por R$ 14,98, já nos outros quatro mercados visitados pela reportagem o preço vendido é de R$ 16,48, uma diferença de 14%.
“Para não pesar tanto o orçamento vamos ter que fazer uma ceia mais simples ou com pratos diferentes, porque os preços não estão nada agradáveis”, disse a dona de casa, Francisca Aparecida de 59 anos.
A diferença no valor de 300 gramas de damasco, pode chegar a 100%. No Assaí de Embu, o produto é vendido por R$ 17,67, enquanto no Carrefour de Taboão da Serra a fruta é comercializada por R$ 35,67.
Já o preço das tradicionais uvas passa também pode amargar a ceia natalina. Uma caixinha de 500 gramas pode ser comprada por R$ 7,47 no mercado Assaí de Embu das Artes ou até mesmo por R$ 15,34 no Extra de Taboão da Serra. A diferença no valor é de quase 115%.
“O momento político e econômico ainda gera incertezas na população, que segue cautelosa em relação ao consumo, priorizando produtos mais baratos e de menor valor agregado. A retomada do crescimento não veio como gostaríamos em 2017, mas a expectativa é positiva”, ressalta o presidente da ABRAS, João Sanzovo Neto.
Produtos
Ainda de acordo com levantamento da ABRAS, dentre os produtos típicos do Natal, os supermercadistas estão apostando mais nas vendas de frutas nacionais da época (10,96%), que representa um aumento de 50 pontos percentuais, em relação às perspectivas de 2016, que registrou 10,46%, seguido do panetone (9,79%), espumantes/frisantes (8,09%), lombo (7,71%) e frutas secas (7,32%).
O peru registrou estabilidade nas encomendas e, representa 7,07% da expectativa de vendas para o período, ante 7,00%, registrado no ano passado. Em relação aos peixes, os supermercadistas estão apostando mais no fresco (8,00%), seguido do bacalhau (7,71%) e peixe congelado (7%).