Do resgate a doação, entenda o processo
Por Cynthia Gonçalves, do Blog Animal
Nós da proteção quando resgatamos um animal damos a eles a oportunidade de uma vida nova, lutamos e cuidamos daquele serzinho tão indefeso como se fossem nossos. Alimentamos, fazemos todos os tratamentos necessários par estabilizar a saúde, castramos, cumprimos os protocolos de vacinação, vermifugação e tentamos alinhar a questão comportamental, porque na maioria das vezes por conta de maus tratos o medo bloqueia neles a segurança em permitir a aproximação de um humano.
Faz parte do processo mostrar que existem pessoas boas, capazes de cuidar e amar, que ao invés da agressão receberão carinho, que podem comer com calma, pois não faltará mais água ou comida. Além da luta pela vida travamos em cada resgate também a luta diária para curar o emocional desses animais, quando conseguimos atravessar essa barreira de traumas causados pelo abandono e tornamos cães e gatos aptos para adoção, neste momento chega a hora de nos prepararmos para a despedida.
Então iniciamos a segunda etapa do processo, startamos as idas às feiras de adoção, divulgação nas redes sociais, compartilhamentos nas listas de whatsapp, entrevista com candidatos e um dia, bingo! Encontramos a pessoa perfeita para cuidar daquela vidinha. Isso quando o animal não fica anos a fio à espera de adoção por suas características, pelagem preta está entre o perfil de cães e gatos menos adotados, como também é o caso dos gatinhos frajolas que se amontoam aos montes nos abrigos por não terem “nada de especial e serem normais demais” para a sociedade.
Mas vamos deixar esse assunto para outro texto e seguir pela vertente dos animais que são adotados e conseguem ganhar uma nova chance.
Sofremos com a separação? Claro que sim, o coração aperta! Mesmo com todos os critérios do mundo para uma adoção responsável e a certeza de que encontramos a melhor família para adotá-lo, a separação do protetor e seu protegido vem acompanhada de lágrimas, saudade, tudo misturado ao sentimento de dever cumprido.
A linha que separa o protetor do acumulador de animais pode ser tênue, alguns de nós nos apegamos tanto a cada bichinho que salvamos, criamos vínculos e laços tão profundos que depois do processo concluído sofremos para deixá-los ir. Porém, não temos escolha, só assim conseguiremos abrir espaço para um novo resgatado, só assim poderemos ajudar outras vidinhas que precisam da mesma oportunidade e estão nas ruas sofrendo.
Depois de doado seguimos para a terceira e última etapa, manter contato e acompanhar a adaptação do seu protegido à nova família. As fotos e notícias que recebemos dos adotantes no passar dos dias é sempre um motivo de alegria, um vídeo que mostra um rabinho abanando, um arranhador sendo escalado, uma brincadeira boba com bolinha ou um simples cafuné entre aquele animalzinho e seu dono sempre nos trazem sorrisos.
Quando não há adaptação na nova família nosso protegido retorna para nós e reiniciamos a busca de uma nova família, os critérios sérios diminuem muito a chance disso acontecer, porque é desumano fazer um animal que conheceu o aconchego de um lar voltar para o abrigo. Em muito tempo de proteção apenas três animais voltaram pra mim depois de anos adotados, triste, mas real.
Assim seguimos o ciclo, nos tornamos protetores de animais e de certa forma enfermeiros de suas almas, no fim do processo a certeza de que eles precisam de nós, e nós precisamos deles.
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