Entrevista com a deputada federal Ely Santos: ‘Quero levar um hospital para Embu das Artes’
Deputada federal revela em entrevista exclusiva sobre chegada em Brasília, projetos para a região de Embu das Artes e avaliação sobre gestões Lula e Tarcísio
A deputada Ely Santos, em seu gabinete em Brasília
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Letícia Maria, Gazeta de S. Paulo de Brasília
Em 5 de julho deste ano, Ely Santos (Republicanos-SP) passou a ocupar o cargo de Milton Vieira como deputada federal em Brasília, após receber mais de 93 mil votos e ter se tornado a primeira suplente do partido para a Câmara dos Deputados. Com isso, a região de Embu das Artes passou a ter um representante na Casa após 22 anos.
A parlamentar – que teve uma passagem pelo cargo em 2021, quando era suplente e também assumiu a cadeira – explicou nesta entrevista à Gazeta e ao Diário do Litoral quais são suas expectativas para o novo mandato. Já apresentou um projeto que aborda a liberdade de exercício dos cultos religiosos e a liberdade de consciência e crença política. O segundo pretende inserir na Lei Maria da Penha um artigo para garantir a possibilidade de requerimento da vítima em audiências nos juizados de violência doméstica, quando o juiz indeferir pedido de medidas protetivas.
Além disso, explicou ela, uma das intenções de seu mandato é a de levar um hospital público para o município da região sudoeste da Grande São Paulo, onde tem a base política: “Quero levar um hospital para Embu das Artes porque isso desafoga Taboão, Itapecerica, Cotia. Vou lutar dia e noite para este projeto porque ele não vai levar desenvolvimento apenas para Embu das Artes, mas para toda a região”, afirmou.
Sobre os governos federal e estadual, de Lula (PT) e de Tarcísio de Freitas, com quem compartilha o Republicanos, a deputada relatou que está empolgada e ansiosa. Em Tarcísio, especialmente, Ely disse ter plena confiança. Ela acredita que o governador possui inteligência e conhecimento para administrar o estado de São Paulo. “Sei que ele vai fazer mais e mais, porque para isso ele tem inteligência e o conhecimento que São Paulo necessita”, analisou a deputada.
Boa parte de seus votos veio de Embu das Artes. O seu foco de política são as cidades da região sudoeste da Grande São Paulo?
Nossa região estava órfã de deputado federal há mais de 22 anos. Como mais de 93 mil pessoas me deram esse voto de confiança, estou aqui para representar a nossa região, e a minha cidade querida, que é Embu das Artes. Com certeza é através do meu mandato que vamos levar mais desenvolvimento para a região.
Já existe algum projeto ou emenda que a senhora pretende levar para Embu das Artes?
Já estou com alguns projetos em mente. Já apresentei alguns, no ano passado que estava como deputada. Semana passada, apresentei um projeto pedindo para acrescentar na Lei Maria da Penha para a vítima ser ouvida, quando não houver medida protetiva, que o juiz a ouça para o estabelecimento da medida. Foi também em homenagem aos 17 anos que a lei está comemorando neste ano. O feminicídio tem diminuído, mas precisa diminuir ainda mais, ser erradicado. Em Embu das Artes, quando o meu irmão Ney Santos assumiu a prefeitura, ele abriu a Secretaria da Mulher, que não tinha na cidade. Hoje temos a Delegacia da Mulher e a Secretaria da Mulher. Desde 2017, a mulher vai lá, a secretaria dá os primeiros atendimentos, orientações para essas vítimas, então lá, através deste trabalho, diminuiu muito, o que não é o caso de muitas cidades que não tem uma Secretaria da Mulher. Temos que levar este projeto para todas as cidades e diminuir o feminicídio.
Por falar no seu irmão, como a senhora analisa a gestão do prefeito de Embu das Artes?
Meu irmão foi eleito em 2016 com mais de 75% dos votos, e está em seu segundo mandato e a cidade de Embu das Artes se desenvolveu muito através do trabalho dele, do governo dele. A Secretaria da Mulher foi uma prioridade, mas vimos que para garantir o desenvolvimento, precisaríamos de uma representatividade aqui em Brasília, e foi por isso que eu vim, em 2018.
No fim do mês passado, o presidente da Câmara de Embu das Artes, Renato Oliveira, anunciou que se afastaria do cargo para compor a sua equipe aqui em Brasília. Qual será a função dele?
O Renato trabalhará comigo na minha equipe de Assessoria de Comunicação. Sei da importância da comunicação nesse trabalho de desenvolvimento e quero estar cercada de pessoas preparadas para uma atuação efetiva.
Já existe uma movimentação para que em 2024 as lideranças políticas de Embu das Artes, incluindo seu irmão Ney Santos, apoiem o vice-prefeito Hugo Prado, para disputar a eleição para prefeito. Essa movimentação realmente existe?
Sim, esta movimentação existe. Nós estamos apoiando Hugo Prado para ser o sucessor do meu irmão. Ele é um rapaz bem-preparado para ficar no lugar de Ney Santos.
Em quais projetos nacionais a senhora deve focar?
Um outro projeto que já apresentei, neste mandato, é o PL 3.522, de 2023, a favor das Igrejas, porque há pastores, ministros de todas as crenças, sendo processados por expressarem suas opiniões políticas durante os cultos. Então, com este projeto de lei, a gente garante a liberdade do pastor, do padre, desde que não haja incitação à violência, de se manifestar. Será possível que eles digam o que pensam sem serem punidos criminalmente. Para além desse PL pretendo focar numa das maiores carências da nossa região, a saúde. Quero levar um hospital para Embu das Artes porque isso desafoga Taboão, Itapecerica, Cotia. Hoje, se você tentar ligar, precisar de uma vaga do SUS, você não encontra nos hospitais dos municípios ao redor. Vou lutar dia e noite para este projeto porque ele não vai levar desenvolvimento apenas para Embu das Artes, mas para toda a região.
E sobre a questão do acidente que resultou no processo que corre no TRT-SP e que pode levar à cassação do seu mandato, ainda neste ano, a senhora se preocupa com esse processo?
É claro que me preocupo. Mas também fui vítima, assim como toda a minha assessoria. Tenho um problema no quadril por causa desse acidente, faço fisioterapia. Ali, para mim e para toda a minha assessoria, foi um grande livramento, uma fatalidade, infelizmente. Fiquei muito triste e muito abalada com todo esse acontecimento, quase 15 dias acamada. Fui convidada pelo dono da empresa e pelo encarregado para discutirmos sobre a região e as demandas que os funcionários tinham, não estávamos fazendo campanha. A empresa tinha funcionários de diversas regiões vizinhas que estavam com problemas de transporte, problemas para chegarem à empresa, e nós tínhamos o relacionamento com empresas que poderiam resolver a questão.
Qual sua avaliação tanto do governo de Tarcísio quanto do governo de Lula?
Falar sobre o presidente Lula ainda é muito cedo, ainda estamos no segundo semestre. Mas acredito muito que vai melhorar, com esse governo, tem que melhorar. Acredito que a partir do mês de agosto a gente já vai conseguir ver que vai começar a melhorar. E eu estou aqui, como parlamentar, para aprovar leis importantes. O que for bom para o nosso povo, vou aceitar, o que não for bom, não aceito, estou aqui na luta pelo povo brasileiro. Sobre o nosso governador Tarcísio, fiz campanha junto com ele, e ele é aquele homem exemplar que vocês conhecem, que está fazendo um belo trabalho em São Paulo. Por onde passo as pessoas falam que não se arrependem de, por indicação nossa, terem votado no governador. E sei que ele vai fazer mais e mais, porque para isso ele tem inteligência e o conhecimento que a cidade de São Paulo necessita.