Em Taboão da Serra, 85% dos pais são contra volta às aulas presenciais neste ano
O prefeito Fernando Fernandes durante entrevista ao Portal O Taboanense
À volta às aulas presenciais na rede pública municipal de Taboão da Serra ainda não tem data definida para acontecer. A prefeitura lançou uma pesquisa no site da Secretaria de Educação para saber a opinião dos pais sobre a retomada.
Segundo prefeito Fernando Fernandes, em entrevista exclusiva ao Portal O Taboanense, cerca de 85% dos pais são contra a volta dos seus filhos às salas de aula neste momento. “Nossa pesquisa dá o mesmo número de São Paulo, 85, 88% dos pais não querem a volta às aulas presenciais neste momento”, afirmou.
Apesar da pesquisa ainda não ser definitiva, Fernandes disse que a tendência é que haver uma discussão sobre o tema. “A gente tem que respeitar [o resultado da pesquisa]. Temos que ver criteriosamente as famílias que querem ter o ensino presencial e manter o ensino remoto para as famílias que não querem. Vai ter que ter um modelo misto”.
O prefeito preferiu não determinar uma data para a decisão final sobre o retorno às aulas presenciais, a evolução da pandemia será importante para uma definição. Na Grande São Paulo, alguns municípios como Osasco, Embu-Guaçu, Santo André, Mauá e Itapevi já anunciaram que só irão retornar com as atividades escolares presenciais em 2021.
Já as escolas estaduais de Taboão da Serra devem seguir o planejamento do Governo do Estado que prevê a retomada a partir de 8 de setembro apenas de alunos com mais dificuldade de aprendizado em atividades de reforço. A retomada efetiva, mas ainda gradual e restrita do calendário letivo, é prevista para 7 de outubro.
As escolas particulares de Taboão da Serra também devem seguir o cronograma do Estado, mas a decisão só será anunciada após a prefeitura definir pela volta ou não das aulas presenciais na rede municipal.
Sobre a aprovação dos alunos no fim do ano, o prefeito Fernando Fernandes tranquilizou os pais. “Hoje a educação não é serial, você não passa na primeira, na segunda, na terceira série. Ela tem um ciclo, o primeiro deles vai até a quinta série. No final do ciclo você faz uma avaliação, se a criança evoluiu ou não. Os pais podem ficar tranquilos”.
Os pais ainda podem participar da pesquisa de intenção sobre o retorno às aulas presenciais votando no site www.educataboao.com.br. A pesquisa pode ser respondida em menos de um minuto e ajudará a embasar a decisão da volta às aulas. “As respostas de vocês vão ser essenciais para prepararmos as escolas em caso de volta das aulas e para garantir a segurança das crianças e dos profissionais da educação, o que é nossa prioridade”, ressaltou o prefeito.
A Rede Municipal de Ensino de Taboão da Serra conta com mais de 30 mil alunos.
Autonomia
O governo do Estado confirmou na semana passada que as 645 prefeituras de São Paulo terão autonomia para decidir se vão ou não acompanhar o cronograma previsto pelo Estado para o retorno presencial às aulas nas redes pública e privada.
A previsão é que as escolas possam reabrir parcialmente para aulas de recuperação a partir de 8 de setembro.“O decreto vai definir critérios objetivos para a volta opcional as aulas, lembrando também o papel e a autonomia das prefeituras, com base nas Vigilâncias Sanitárias locais, para a definição de normas mais restritivas”, explicou o Vice-governador Rodrigo Garcia.
“Há o compartilhamento de responsabilidade com os municípios. Desde o primeiro dia, o Plano São Paulo tem essa previsão e administração conjunta da pandemia”, acrescentou Garcia, que também é Secretário de Governo.
A Secretária de Estado da Educação autorizou a abertura gradual das escolas nas cidades que estão na fase amarela do Plano São Paulo em duas datas distintas. A partir do dia 8 de setembro, a retomada atenderia apenas alunos com mais dificuldade de aprendizado em atividades de reforço. A retomada efetiva, mas ainda gradual e restrita do calendário letivo, é prevista para 7 de outubro.
Mas o Secretário de Educação Rossieli Soares destacou que os prefeitos podem criar calendários próprios e planos mais restritivos, com base nos dados epidemiológicos regionais. Se uma eventual decisão municipal diferir do calendário proposto pelo Estado, a medida local valerá para todas as escolas públicas e privadas daquela cidade.
“Os municípios têm a possibilidade de fazer vetos por questões de saúde, mas todo o processo desenhado pelo Estado está mantido. Eles não podem autorizar a abertura das escolas antes do dia 8 de setembro”, disse. “Continuamos trabalhando em conjunto com os municípios e os protocolos anunciados nas últimas semanas”, reforçou.
Calendário previsto
Para retomar atividades presenciais a partir de 8 de setembro, as escolas devem estar em regiões que estão há 28 dias na fase amarela do Plano São Paulo. As unidades podem receber alunos para aulas de reforço, recuperação e atividades opcionais.
Nesta primeira etapa, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, o limite máximo é de até 35% dos alunos em atividades presenciais. Para os anos finais do ensino fundamental e ensino médio, o limite máximo é de 20%.
O retorno oficial das aulas só ocorrerá se 80% das regiões estiverem por 28 dias seguidos na fase amarela do Plano São Paulo. A retomada será gradual e, na primeira etapa, vai atingir até 35% dos alunos.