Embu das Artes e região: empresa suspeita de golpe com Bitcoin emite nota a investidores
Edimon Teixeira
Circula em grupos do aplicativo de troca de mensagens WhatsApp, uma nota de esclarecimentos atribuída à empresa STM Operações e Investimentos. A companhia ganhou o noticiário policial nas últimas semanas, após ser apontada como líder de um esquema criminoso, com a criptomoeda Bitcoin. Leia a nota na íntegra.
Redigida em três páginas, a nota traz uma série de erros gramaticais e ortográficos. Apesar de escrita em primeira pessoa, e de citar Saulo Roque – que se apresentava como dono da empresa- como autor, o documento não tem data, e, o papel em que foi elaborado, não faz nenhuma referência à empresa.
O texto começa com pedido de desculpas aos investidores, a quem o autor credita o sucesso da empresa. “A STM veio do povo, a STM é do povo, o povo a criou, o povo fez com que ela crescesse”, diz o primeiro parágrafo. O caso alcançou repercussão nacional há alguns dias, o que tem gerado represálias, segundo o redator.
“As ameaças de morte a minha pessoa e a minha família também, então por esse motivo tive que tomar a decisão de me resguardar”, diz um trecho. Ainda de acordo com a nota, Saulo teria “se afastado de redes sociais, pessoas e até familiares”, o que teria gerado o boato de que ele estivesse fugindo, o que desmentiu.
De fato, na página da empresa no Facebook, a última atualização é do dia 25 de janeiro de 2018, que traz um comunicado em que informam o encerramento dos atendimentos presenciais, que estaria disponível “apenas através do chat online”. No entanto, não é possível acessar o endereço disponibilizado para o chat.
De acordo com o texto, a derrocada da empresa começou a partir de outubro de 2017. A companhia teria crescido 4.000%, ocasião em que se tentou expandir os negócios para atender os novos investidores, “quando os bancos começaram a fechar portas para empresas e grandes investidores de bitcoin”, explica.
“Confesso que faltou uma boa administração, e bom profissionalismo da parte de colaboradores”, continua a nota, que cita que a empresa, no auge., registrou fluxo de pagamento de R$ 7 milhões. Neste trecho, o editor da nota cita que muitos se aproveitaram “com desvios de grandes valores da empresa”, que enfrenta hoje 30 processos judiciais.
Segundo o comunicado, as contas pessoais de Saulo Roque e da STM estão com ordem de bloqueio de valores, o que dificulta o cumprimento de prazos. Mas, mesmo com o cenário descrito, a nota diz que o empresário se pronunciará em breve, em rede nacional, para “desmentir aqueles que desacreditam”.
O website da empresa foi bloqueado na última semana. Um link encaminha para uma página de fundo negro com distintivo da Polícia Federal, com aviso de suspensão por atividade ilegal. O texto atribui à STM e a Saulo crimes contra o sistema financeiro, e por lesar milhares de pessoas com a promessa de ganhos ilusórios.