Encenação da Paixão de Cristo reúne multidão de fiéis no Parque das Hortênsias
Taboão da Serra viveu mais uma noite memorável nesta sexta-feira Santa. A 63ª Encenação do espetáculo “Paixão de Cristo” levou uma verdadeira multidão no Parque das Hortênsias. Seguindo o formato do último ano, sem a procissão até o morro do Cristo, a peça teve mais agilidade, músicas e novas passagens da vida de Jesus Cristo.
Neste ano, a Encenação ganhou novos cenários, um morro na lateral do palco serviu para retratar diversas passagens da história de Jesus, inclusive sua ressurreição. O espetáculo contou com a participação de 53 atores profissionais e 150 pessoas na produção e figuração.
Pela primeira vez no papel de Cristo, o ator Joselito Gaza, um dos artistas mais experientes e consagrados de Taboão da Serra, disse que sentiu “sobretudo, emoção” durante às quase duas horas de espetáculo. “Cada personagem tem a sua complexidade, é sempre um desafio, mas esse é um personagem ímpar. A sensação que tenho é que ele ainda está em construção dentro de mim”.
O público elogiou a qualidade da peça. Alguns moradores lembraram que o calvário, que era encenado até quatro anos atrás, que culminava com a crucificação no Morro do Cristo, nunca mais foi inserida no espetáculo.
“Acompanho há mais de 20 anos, mas para mim a parte mais emocionante era quando Cristo andava daqui até o morro, onde o público esperava para a cena derradeira, era muito mais emocionante”, disse João Carlos Baugarten, morador do Pq. Assunção.
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É nítido que de alguns anos para cá o espetáculo vem sendo mais conciso, rápido e ágil. Neste ano, a participação da banda do Santuário Santa Terezinha, que entrou durante a apresentação por diversas vezes, deu um to que mais emotivo nas passagens da história. Sem dúvida o maior destaque deste ano foi a utilização de microfones e não de falas gravadas previamente, deixando a interação com o público muito mais natural.
Outro ator “veterano” de Paixão de Cristo, Vinicius Cosan, de apenas 22 anos, já está em sua 11ª Paixão de Cristo e interpretou pela primeira vez Judas Iscariotes. “É um personagem que eu sempre quis fazer, sei que era difícil, pela trajetória e pela complexidade que o personagem traz. Eu senti um calor, uma emoção e um amor pela história que eu nunca tinha sentido antes”, confessa.
Cosan contou que o choro que foi visto no palco não foi interpretação, mas verdadeiro. “Quando Judas beija Jesus, entregando ele para o soldado de Caifás, o Leonel, da Santa Terezinha, puxou um canto e o público todo cantou junto. Aqui me emocionou de uma maneira e cai no choro em cena. Não esperava, mas deixei acontecer. Senti um arrependimento, que o Judas sentia. Eu consegui sentir”.
O Diretor Geral da peça, Ricardo da Hora, disse estar honrado com a oportunidade de dirigir o espetáculo pelo terceiro ano consecutivo. “Esse ano foi especial, tivemos novidades que agradaram ao público. Os atores entraram pela primeira vez ao vivo, além tivemos o coral da cidade e a participação do Louvor da Igreja, dentro da encenação, isso tudo foi muito importante para a renovação que sempre propomos”, disse.
Maira Galvão, diretora de elenco, também destacou as entradas dos personagens ao vivo e o novo cenário como pontos altos da Encenação deste ano. “Tivemos boas novidades, como a entrada das músicas, que foi uma ideia do João Lisante [também diretor] que casou muito bem. O Leonel [Vieira] fez um trabalho musical maravilhoso. Achei que a ideia do morro funcionou bem”.
O vereador Eduardo Nóbrega lembrou que a Encenação da Paixão de Cristo “retrata o maior episódio da história da humanidade”. O parlamentar elogiou as novidades implementadas no roteiro deste ano. “A participação do coral, dos cantores entrando ao vivo, os atores contracenando com microfones deixou o espetáculo ainda mais emocionante, estão todos de parabéns”.
Prestigiaram o espetáculo diversas autoridades, como o vice-prefeito Laércio Lopes e os vereadores Cido, Eduardo Nóbrega, Rita de Cássia e Alex Bodinho. O prefeito Fernando Fernandes não compareceu por motivos familiares. A ausência do Monsenhor Aguinaldo não foi justificada pelo Santuário Santa Terezinha.