Escola municipal Therezinha Volpato Baro lança livro escrito por aluno autista
Davi ao lado de uma das grandes incentivadoras, Profª Flo Costa
Davi Antonio Ribeiro Rocha, 7 anos, é aluno da EMEF Profª. Therezinha Volpato Baro, em Taboão da Serra. O garoto ama ler, gosta de brincar de escola, é fã do desenho Angry Birds e, inclusive, conhece todos os personagens. O que poucas pessoas sabem é que Davi é autista. Incentivado pela professora Floripes Soares Costa, ou Profª. Flo Costa, o jovem escreveu um livro intitulado “O macaco malabarista”.
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A obra foi desenvolvida durante as aulas do Atendimento Educacional Especializado (AEE). “Quando tivemos o Leitura nas Praças, pensei em fazer algo específico do AEE e algo que pudesse criar com o Davi. Pensei em um acróstico (poema em que cada verso começa com uma das letras da palavra que serve de tema) e não deu muito certo, mas do acróstico surgiu uma história. Então ele começou a escrever a história do Macaco Malabarista, que tinha haver com o nosso tema que era circo”, afirmou Flo.
Estimulado pela professora, Davi escreveu o livro mesmo sem nunca ter pisado o pé em um picadeiro. Para a ilustração, Flo apresentou o projeto aos alunos do 5º Ano e os estudantes Anna Jullia Oliveira da Cruz, Matheus Aparecido Lima e Liliam Lima de Paiva se ofereceram para ajudar. “Cada um levou uma parte para casa, desenvolveram as ilustrações e depois eu escaneie as imagens e montei o livro. Inicialmente foram impressas 10 cópias, depois foi aumentando a demanda, até que levamos para uma gráfica e imprimimos alguns exemplares que foram distribuídos durante o Leitura na Praça”, disse Flo.
Segundo Marlene Terezinha, avó de Davi, a reação do neto durante o lançamento do livro mais uma vez a surpreendeu. “Ele ficou no lugar dando autógrafo, às vezes saía para brincar, quando a professora pedia ele voltava e autografava mais livros. Fiquei impressionada com o comportamento dele”, disse Marlene.
Esta não foi a primeira vez que Davi chamou a atenção da avó. “Quando ele estudou no PAC Paz e Vida, ganhou uma lata de letras na Festa Junina e montou sozinho o abecedário e ele só tinha 2 anos e meio. Com 3 anos ele já sabia ler e com 6 anos foi o orador na formatura do Pré. Foi muito interessante este dia porque as mães até choraram. Ele lia e as crianças tinham que repetir as frases, e ele esperava o tempo dele falar novamente”, comentou Marlene.
Diagnóstico
De acordo com Sabrina Ribeiro, mãe de Davi, as suspeitas de que o filho tinha algo começaram logo no início da infância. “A gente sempre percebeu que ele tinha as particularidades dele. Desde pequeno sempre gostou muito de livro, de letras. Normalmente a gente ia em shopping, ele ia na parte dos livros e não nos brinquedos. A gente sempre incentivou e a prefeitura também tem o projeto que entrega livros (Jovens Leitores), então era onde ele se acabava e deslanchava”, disse a moradora do Sítio das Madres.
“Ele demorou muito para falar, começou com 2 anos e meio. A pediatra sugeriu colocar ele na escola para ver como ele se desenvolveria. Colocamos na escola, a professora chamou a gente e disse que ele era diferente das outras crianças. Não gostava muito de interagir, mas gostava de ler e ficar no canto dele. Fomos encaminhados para o CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil) e ele foi diagnosticado com autismo por volta dos quatro anos”, afirmou Sabrina.
Tratamento
Após o diagnostico, Davi iniciou o tratamento na Prefeitura de Taboão da Serra. Seu desenvolvimento é acompanhado tanto pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, quanto pela Secretaria de Saúde. Em ambos os lugares a mãe elogia o atendimento. “Não temos o que falar. Temos uma interação muito grande com a escola. Sempre falo com a Flo e as professores são grandes parcerias”, disse. “Desde quando descobri até hoje, todo o acompanhamento ele faz na rede pública. O pessoal do CAPSi é excelente e tem um atendimento ótimo. Ele passa na pediatra que é homeopata e está passando no neuro, pois ele pediu exames para saber o grau de inteligência dele. Assim a gente pode trabalhar a inteligência dele e ajudar na escola, para que ele possa deslanchar e evoluir ainda mais”, declarou a mãe.
AEE no Therezinha Volpato
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) acontece duas vezes por semana, tem duração de duas horas cada dia e são realizadas três atividades semanais. Na EMEF Profª. Therezinha Volpato Baro são atendidos 14 alunos com deficiência, dos quais oito são autistas. No AEE os estudantes não tem um caderno com conteúdo escolar. O objetivo principal do atendimento é auxiliar os alunos com deficiência a se possam se desenvolver e ter melhor desempenho em sala de aula.
Serviço
EMEF Profª Therezinha Volpato Baro
Avenida Cid Nelson Jordano, 391, Jardim Salete
Tel.: (11) 4138-5175 / 4685-9128
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