Esposa e braço-direito de chefe do tráfico no Litoral é presa em Taboão da Serra
A mulher foi capturada por policiais civis de Santos após sair de do condomínio onde se escondia; ela estava com a prisão preventiva decretada desde janeiro
Os investigadores apreenderam documentos, cartões bancários e celulares
Gilmar Alves Jr., Diário do Litoral
A mulher de Jonas dos Santos Junior, o Pixote, apontado como chefe do tráfico de drogas em São Vicente mesmo estando preso no interior paulista, foi capturada por policiais civis de Santos em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, após sair de carro, na tarde de segunda-feira (4), do condomínio onde se escondia, na estrada de São Francisco, no Jd. Maria Helena. Ela estava com a prisão preventiva decretada desde janeiro e portava no carro um documento da irmã, o que para a polícia indica que a mulher, que tem 39 anos, pretendia ocultar a condição de foragida.
Pixote, a mulher e mais cinco pessoas tiveram a prisão preventiva decretada em janeiro, pela 3ª Vara Criminal de São Vicente, em decorrência das investigações do núcleo de Santos do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE).
Uma série de diligências sigilosas em Taboão da Serra levaram a equipe do delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior, titular da 1ª Delegacia da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) e do investigador-chefe, Paulo Carvalhal, a realizarem a captura da foragida, que não resistiu à prisão.
No apartamento onde ela morava, os policiais apreenderam documentos, diversos cartões bancários e celulares, cujos conteúdos serão analisados pelo Instituto de Criminalística (IC) para sequência das investigações.
Pixote teve a decretação da prisão mesmo já estando no sistema carcerário, no interior paulista, em razão de condenação de 43 anos por tentativa de homicídio contra três policiais da Delegacia de Cubatão, em 2006, durante os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Investigações apontam que a mulher de Pixote é um braço-direito dele no tráfico de drogas em São Vicente, com ramificações em outras cidades da Baixada, e que ela fazia a arrecadação de dinheiro obtido no comércio de drogas e passava ordens do marido aos gerentes do tráfico em São Vicente.
Ao decretar as prisões preventivas em janeiro, o juiz Rodrigo Barbosa Sales, da 3ª Vara Criminal de São Vicente, citou o protagonismo dos agentes em relação ao conteúdo das interceptações telefônicas e que a manutenção da custódia cautelar é necessária para garantir a ordem pública, com o escopo a impedir a continuidade das supostas práticas delitivas.
“Da mesma forma, por conveniência da instrução processual, levando-se em consideração o suposto poder hierárquico destes dentro da organização criminosa, podendo influenciar no rito processual e na coleta das demais provas. Por fim, ante o suposto poderio financeiro a constrição da liberdade dos acusados visa assegurar a aplicação da lei penal”, escreveu o magistrado.