Estado diz que não negou vagas para transferir pacientes de Taboão da Serra
A secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, em nota ao Portal O Taboanense, negou a informação que os pacientes que morreram em Taboão da Serra por falta de leitos na UTI teriam sido negadas pelo sistema Cross, que regulamenta as vagas em toda São Paulo.
Segundo a nota oficial enviada ao Portal, “é errada a informação de que a Cross (Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde) negou vagas para Taboão da Serra. Desde 3 de março, houve 144 regulações de diversos perfis de pacientes, incluindo 14 suspeitos ou confirmados de COVID-19. Portanto, a Cross mantém o auxílio em todos esses dias”.
A secretaria estadual de saúde destacou que “O papel da Central [do Cross] não é criar leitos, mas sim auxiliar na identificação de uma vaga no serviço mais próximo do paciente e apto a cuidar de seu caso”.
De acordo com as informações repassadas pelo Governo do Estado, no Cross consta a informação de óbito de oito pacientes de Taboão da Serra desde o dia 28 de fevereiro, até ontem (dia 8). As idades variavam entre 53 e 82 anos, sendo idosos ou pessoas com comorbidades, com pedidos registrados em média 24h antes do óbito.
“Nessas situações, o falecimento ocorreu não por ausência de medidas pelo Estado, mas pela gravidade clínica dos pacientes. Outros dez pedidos registrados no período ficaram sem atualização por parte do município em período superior a 48h, o que inviabiliza o trabalho dos médicos da Cross”, afirmou na nota o Estado.
Os pacientes mais graves de Taboão da Serra são transferidos para outros hospitais de referência na região desde o início da pandemia. “O município conta com dois hospitais estaduais de referência para coronavírus: o Regional de Cotia, com 36 leitos de enfermaria e 30 de UTI, e o Geral de Itapecerica da Serra, com 10 de enfermaria e 31 de UTI. Além disso, os cidadãos podem ser atendidos em outros locais, como na Grande São Paulo, que possui mais de 2,7 mil leitos de UTI no SUS”.
A secretaria ainda lembra que “o Estado atua de forma regionalizada e a criação de leitos não é prerrogativa desta única esfera, cabendo também ao município e Governo Federal. A Secretaria de Estado da Saúde está aprimorando a estratégia de gestão de leitos para casos de síndrome respiratória, além de otimizar a rede para garantir assistência”.
Mais leitos
A Secretaria Estadual está ampliando o número de leitos no estado no decorrer de março. Somente na Grande São Paulo serão 637 leitos, somando 361 de UTI e 276 de enfermaria.
“A despeito disso, é fundamental que as pessoas respeitem os protocolos sanitários, com uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento social, bem como as regras do Plano São Paulo. A prevenção é a melhor forma de frear a sobrecarga da rede de saúde”, explicou.
A secretaria complementou que “cabe destacar que todo o SUS está impactado pela ausência do Governo Federal no financiamento da assistência. Hoje, de mais de 5,1 mil leitos de UTI ativados exclusivamente para combater a pandemia no SUS de SP, somente 678 têm financiamento federal. Na semana passada, inclusive, houve uma decisão do STF para o pagamento de todos os leitos de UTI do estado e até o momento este recurso não é recebido em sua integralidade”.
v