Expulso do partido, vereador Doda acusa PT de perseguição política
A expulsão do vereador Doda caiu como uma bomba na política de Embu das Artes. A decisão, considerada precipitada, revoltou o parlamentar que acusa o partido de “perseguição política”. Doda, inclusive, diz que não teve oportunidade de defesa no processo aberto pela comissão de ética do partido.
Leia também: PT de Embu das Artes expulsa vereador Doda por infidelidade partidária
Segundo Doda, o PT de Embu das Artes não dá oportunidades para as lideranças que surgem na cidade. “O que está acontecendo é que estão fazendo é perseguição política, sempre fui minado dentro do partido, nunca fui preterido para nenhum cargo maior, aconteceu em 2014 e em 2016, mesmo com o Geraldo inelegível”, reclamou.
Doda criticou a postura do deputado estadual Geraldo Cruz, que comanda o partido na cidade com “mão de ferro”. “O Geraldo não abre mão, podia se lançar federal abrir uma vaga para deputado estadual na região, mas não faz isso e acaba minando a gente”.
Em nota, o PT de Embu das Artes acusa Doda de ser “serviçal” ao prefeito Ney Santos (PRB) votando “a favor da taxa de lixo e de outros projetos pró Ney, contrariando decisões internas do PT”. O partido ainda afirmou que “o vereador vinha se colocando como base do governo, que notoriamente está punindo a população com taxas abusivas e a retirada de direitos dos trabalhadores da educação”.
O vereador se defendeu, disse que outros vereadores do partido também votaram a favor de projetos encaminhados pelo prefeito Ney Santos. “Eu sinto que é perseguição política, porque filiados entraram [com processos na comissão de ética] contra o Edvânio e a Rosângela e até agora não abriram nenhum processo contra eles”.
O presidente do PT municipal, Gabino Silva, em entrevista ao Portal O Taboanense, disse que existe a denúncia contra os dois vereadores citados por Doda. “[a denúncia contra] Edvânio e Rosângela a gente ainda está analisando. Então não posso falar a respeito disso”, afirmou por telefone.
Doda garantiu que irá processar o presidente do partido e o diretório. “Estou fazendo os levantamentos para entrar com uma ação judicial contra o presidente e o partido, mas ainda não falei com ninguém, vou falar amanhã para saber por que divulgaram essa nota e a decisão sem me comunicar”.
Gabino lamentou a decisão, mas disse que a expulsão foi tomada por unanimidade. “É uma situação complicada, eu conheço o Doda não é de hoje, mas como presidente do PT não posso e nem devo prevaricar. Não é o presidente que expulsa ninguém, nem a comissão de ética. É o diretório”, explicou.
Mesmo com a decisão anunciada pelo PT, Doda diz que irá recorrer. “Eu não me considero um filiado expulso porque o processo ainda não se encerrou, vou lutar até o fim para que essa decisão seja revertida. É uma irresponsabilidade de quem está comando do partido hoje”.
Sobre o anúncio da expulsão através das redes sociais, Doda lamentou e criticou a posição do partido. “Fico mais chateado pela execração pública, essa nota está indo para todas as redes sociais, sem que as pessoas saibam o que está acontecendo de verdade. Ninguém me ligou, fiquei sabendo por vocês [reportagem] e depois pelo Facebook, tenho 20 anos de militância e 11 anos filiado no PT”.
Doda afirmou ainda que participou da reunião ode foi decida a sua expulsão, mas ninguém o comunicou de nada. “Fui hoje na reunião, inclusive pedi toda documentação do processo, peguei a copia do oficio, ia fazer uma fala de defesa sobre o processo, mas não fiz. Não fiz porque tinham pessoas no diretório que não eram membros, tinham algumas pessoas que não podiam participar da reunião, mas estavam lá”.