Filmes dedicados às pautas LGBTQI+ e novas animações estreiam no catálogo da Itaú Cultural Play
A partir do dia 2 de julho, sexta-feira, a Itaú Cultural Play, plataforma de streaming do cinema e audiovisual brasileiro, inclui mais 10 filmes em seu catálogo disponível gratuitamente pelo site www.itauculturalplay.com.br. Com a estreia da mostra Todos os Gêneros, série de arte e diversidade criada pelo Itaú Cultural em 2013 – com programação presencial até 2019 e atualmente com atividades on-line –, a grade recebe dois longas-metragens e cinco curtas-metragens que abordam questões como identidade de gênero, sexualidade, corpo e afetividade.
No mesmo dia, a plataforma ganha mais três novas produções para compor a grade de filmes de animação. Estas serão assinadas pelo cineasta paulista, César Cabral. As estreias somam-se aos títulos já existentes desde o lançamento da plataforma no dia 19 de junho.
O longa-metragem gaúcho Beira-Mar, dirigido por Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, descreve um ritual de passagem dos adolescentes Martin e Thomaz. Premiado no Festival de Cinema do Rio em 2015, esta produção navega pela história de amizade, tédio juvenil e descoberta da sexualidade dos jovens amigos. Em meio a encontros furtivos, passeios sem destino e flertes, um desejo latente vai ganhando forma entre eles.
Produzido pelo cineasta paulista Gustavo Vinagre, Lembro mais dos corvos é um documentário premiado na Mostra de Cinema de Tiradentes de 2018. O enredo passa pelos pesadelos constantes que assombram as madrugadas de Julia. Memórias familiares, lembranças difíceis e episódios divertidos combinam-se a uma jornada particular em busca de identidade e à sua paixão libertadora pelo cinema.
Também de São Paulo, o curta-metragem Café com leite, do diretor Daniel Ribeiro, narra a história do casal Danilo e Marcos, com seus planos de viajar e morar juntos. Mas, um acontecimento suspende os seus projetos. Os pais de Danilo morrem em um acidente e ele precisa assumir a guarda do irmão mais novo. Este novo arranjo familiar terá consequências sobre a vida dos três. A obra foi premiada em 2008 pelo Júri Jovem no 58º Festival de Berlim, na Alemanha.
O filme baiano Jessy, produzido por Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge, venceu o prêmio de melhor curta-metragem pelo voto popular do Festival do Rio, em 2013. O enredo do curta-metragem acontece em um bar de Salvador, onde, em cima de um palco, uma mulher ensaia uma performance musical. Da plateia, um grupo de transformistas dirige a sua interpretação. Estas madrinhas são as responsáveis por tornar realidade um antigo sonho de infância de Paula , uma das diretoras do filme.
Rodado em Goiás, Mademoiselle do rap, do diretor Raphael Gustavo da Silva, narra a história de Lulu Monamour, responsável por rasgar a cortina do machismo na cena goiana do rap. Com letras contundentes que tratam de homofobia, preconceito, violência, mas também de amor, o artista confronta o imaginário de um gênero musical sempre associado à experiência masculina.
Dirigido pelo cineasta paraibano João Paulo Palitot, Santa Rosa é um drama que mostra um dia na vida de Rosa. Trabalhando de faxineira em um teatro, ela se encanta com a maquiagem dos atores. No banheiro, é assediada por um homem. Na coxia do palco, declama de cor os versos da peça que é apresentada ao público. Rosa vive nos bastidores e nas sombras, mas, nesta noite, algo vai acontecer.
Filme de Santa Catarina, Selma depois da chuva, da diretora Loli Menezes, conta a história de Selma, uma mulher trans que vive há décadas longe da família. A doença de sua mãe, portadora de Alzheimer, obriga-a a viajar até a cidade onde morou, no interior. Lá, Selma precisa lidar com as dificuldades de sua mãe idosa, com os traumas e as difíceis lembranças que este encontro provoca. A produção vendeu o prêmio de melhor direção na Competitiva de Curtas-metragens do 27º Festival Mix Brasil, em 2019.
Animações
No mesmo dia 2 de julho, a Itaú Cultural Play ganha mais três novas produções para compor a grade de filmes de animação. São três curtas-metragens produzidos pelo premiado diretor paulista, Cesar Cabral. Destaque para Dossiê Rê Bordosa, filme vencedor da 16ª edição do festival Anima Mundi em 2008.
Considerado um verdadeiro clássico do cinema de animação brasileiro para adultos, esta animação reúne paródias com muita libertinagem, avacalhação e desrespeito às normas. Animado em stop motion, o documentário investiga os reais motivos que levaram o cartunista Angeli a matar Rê Bordosa, sua mais famosa criação.
Outro filme de Cabral, Tempestade, impressiona pela beleza dos desenhos, extremamente originais e pelas técnicas utilizadas, que dão uma leitura singular à tradicional história dos náufragos de todas as épocas. A história narra a saga de um marinheiro que, sozinho a bordo de um barco, enfrenta uma grande tempestade. Em meio a chuvas, ventos e trovões, sua única companhia são as fotos da mulher que ama. Empenhado, tenta manobrar a embarcação em meio a ondas violentas, porém, sem sucesso. Nesta luta, estranhos acontecimentos alteram o seu destino.
O terceiro filme do cineasta paulista, Giz, é uma animação surrealista, também feita em stop motion. Sensorial, a produção é conduzida apenas por imagens, ruídos eletrônicos e pelas notas graves de um piano. O enredo se passa em um local hostil e com realidade estranha, após galinhas serem hipnotizadas por um traço de giz, em uma avenida movimentada. Um homem-galinha desperta de um sonho, barbeia-se e chega no trabalho onde encontra um cenário corporativo em que seres humanos e homens-galinhas trabalham juntos.
Diretoras mulheres
Publicada mensalmente no site do Itaú Cultural, a coluna Grande Angular, assinada pela jornalista Luísa Pécora, nesta nova edição faz indicações de sete filmes dirigidos por mulheres para assistir na Itaú Cultural Play. Partindo da representatividade feminina nas produções audiovisuais da plataforma, Pécora, criadora do site Mulher no Cinema, sugere as produções Caixa d’água: qui-lombo é esse? produção de Sergipe, dirigida pela cineasta Everlane Moraes, em 2013; A classe roceira, filme do Paraná, dirigido por Berenice Mendes em 1985; O dia de Jerusa, de 2013, dirigido pela cineasta Viviane Ferreira; Filhas de lavadeiras, de 2019, dirigido por Edileuza Penha de Souza, do Distrito Federal; Para ter onde ir, realizado pela diretora paraense Jorane Castro, em 2016; A rainha Nzinga chegou, produção de Minas Gerais, dirigida em 2019 por Junia Torres e Isabel Casimira, e Teko Haxy – ser imperfeita, produção do estado de Goiás, dirigida em 2018 por Patrícia Ferreira Pará Yxapy e Sophia Pinheiro.
O texto com a análise completa da jornalista, sobre cada um dos filmes indicados por ela, fica disponível, a partir do dia 30 de junho, no site www.itaucultural.org.br
Sobre a Itaú Cultural Play
Lançada em 19 de junho, dia da celebração do cinema brasileiro, a Itaú Cultural Play é a nova plataforma de streaming do Itaú Cultural. Com acesso gratuito, o catálogo inicial reúne mais de uma centena de títulos dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, abrangendo filmes de ficção, documentários, séries documentais e de ficção, animações para crianças e para adultos, produções experimentais, entrevistas, palestras, curtas e longas-metragens. Acessível para dispositivo móvel IOS, a plataforma pode ser acessada pelo site itauculturalplay.com.br.
Serviço
Itaú Cultural Play – Novos lançamentos
2 de julho de 2021
Em www.itauculturalplay.com.br
Mostra Todos os Gêneros
Beira-mar (2015)
De Filipe Matzembacher e Márcio Reolon
Duração: 84 min
Classificação indicativa: 14 anos (drogas ilícitas e sexo)
Lembro mais dos corvos (2018)
De Gustavo Vinagre
Duração: 81 minutos
Classificação indicativa: 14 anos (drogas lícitas, conteúdo sexual e linguagem imprópria)
Mademoiselle do rap (2016)
De Raphael Gustavo da Silva
Duração: 25 min
Classificação indicativa: 12 anos (drogas lícitas, conteúdo sexual e linguagem imprópria)
Santa Rosa (2015)
De João Paulo Palitot
Duração: 24 min
Classificação idicativa: 16 anos (drogas lícitas, violência e conteúdo sexual)
Selma depois da chuva (2019)
De Loli Menezes
Duração: 12 minutos
Classificação indicativa: 10 anos (conteúdo impactante)
Jessy (2013)
De Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge
Duração: 15 min
Classificação indicativa: 12 anos (conteúdo sexual e drogas lícitas)
Café com leite (2007)
De Daniel Ribeiro
Duração: 18 min
Classificação indicativa: 10 anos (conteúdo sexual)
Mostra César Cabral
Dossiê Rê Bordosa (2008)
De César Cabral
Duração: 16 min
Classificação indicativa: 16 anos (drogas lícitas, nudez e conteúdo sexual)
Giz (2015)
De César Cabral
Duração: 8 min
Classificação indicativa: Livre
Tempestade (2010)
De César Cabral
Duração 10 min
Classificação indicativa: Livre