Funcionalismo de Taboão da Serra espera por proposta e diz que pode fazer nova paralisação
A paralisação de parte do funcionalismo público de Taboão da Serra nesta quarta-feira, dia 24, acendeu o alerta na administração do prefeito Aprígio. Os servidores cobram a valorização da categoria e o cumprimento das promessas feitas durante a campanha.
A insatisfação do funcionalismo público não é de agora. Nos últimos 20 anos, os servidores municipais tiveram apenas um reajuste de 9%, em 2019, e tiveram seus rendimentos achatados pela inflação e pela defasagem dos vencimentos no decorrer desses anos. A decisão do Tribunal de Justiça que considerou ilegal o pagamento do 14º foi a gota d’água desse longo processo de desvalorização.
Entre as reivindicações estão a criação de uma lei municipal que restitua os valores do 14º salário em forma de prêmio/bônus de aniversário ou bônus de Natal, o pagamento do vale transporte, prometido por vários governos que nunca foi pago, reajuste do vale alimentação, recomposição salarial, entre outros direitos.
Manifestação
Na manhã de quarta-feira, cerca de 500 funcionários fizeram um protesto em frente a prefeitura de Taboão da Serra. O prefeito Aprígio tentou dialogar com os funcionários, mas o clima tenso impossibilitou qualquer acordo.
De acordo com a comissão organizadora dos funcionários públicos de Taboão da Serra ainda está sendo feito um levantamento sobre os locais que aderiram à paralisação. “Participaram da manifestação cerca de 700 pessoas das secretarias: Saúde, Educação, Assistência Social, Habitação, Segurança, Defesa Civil e Trânsito”, informou.
A comissão disse também que o abaixo-assinado entregue hoje teve mais de 3 mil assinaturas e que decidiram decretar “Estado de Greve” para aguardar até o dia 3 de dezembro a resposta por escrito do governo à pauta de Reivindicações e o chamado da Câmara de Vereadores para a discussão da inclusão do pagamento dos direitos do funcionalismo na Lei Orçamentária Anual de 2022. Caso não haja resposta positiva farão nova paralisação no dia 3/12.
O prefeito Aprígio tentou conversar com os manifestantes. “Estamos aqui para dizer que estamos do lado de vocês. O que precisamos é de um bom entendimento de vocês, saber que não foi o Aprígio que tirou o direito de vocês. Pelo contrário, o Aprígio saiu daqui e foi até o STF recorrer. Tem protocolo disso”, afirmou o prefeito sobre o fim do 14º.
Aprígio disse ainda que reconhece que a categoria está sem reajuste real há 20 anos, mas afirmou que o fim do 14º foi uma decisão do Tribunal de Justiça e que ele não pode passar por cima da decisão. “Nós temos uma ordem judicial dizendo ‘não paga’, vocês são pessoas esclarecidas […] eu não vou descumprir uma ordem judicial. Nós vamos buscar um entendimento para recuperar essa perda salarial que vocês tiveram”.
Segundo a prefeitura, as conversas entre a administração e o funcionalismo irão continuar. Em nota, afirmou: “A nova Administração é sensível e reconhece as demandas dos funcionários públicos do município que lutam há mais de 20 anos pela recomposição salarial. A Lei Federal 173/2020, que estabelece o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus SARS-CoV-2 (Covid-19), determina o congelamento dos índices de composição salarial”.
A Prefeitura de Taboão da Serra afirma que desde o início deste novo mandato mantém diálogo e a transparência com os servidores municipais. O Governo fez reunião com uma comissão dos servidores para discutir política salarial.
Os servidores afirmaram ao Portal O Taboanense que o prefeito Aprígio não se reuniu com a comissão e o secretário de governo os recebeu no pátio da prefeitura “embaixo de uma árvore, o que denota grande falta de respeito com as trabalhadoras e trabalhadores, que saíram da manifestação bastante indignados com o governo”.
A manifestação ocorreu de forma pacífica e os serviços públicos não foram comprometidos.