Grupo Clariô de Teatro apresenta novo espetáculo no Sesc Pompéia
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O mais recente espetáculo do premiado Grupo Clariô de Teatro, com sede em Taboão da Serra, que neste ano celebra 18 anos de resistência, é uma peça que é baseada na história real da Irmandade Caldeirão da Santa Cruz do Deserto (CE), uma comunidade autônoma, liderada pelo beato José Lourenço, que foi dizimada pelo 1º bombardeamento aéreo das Forças Armadas Brasileiras. A peça faz um paralelo com periferias de SP do tempo atual em uma narrativa alegórica sobre lutas sociais que se repetem no Brasil.
Dirigido por Naruna Costa (Primeira diretora negra a ganhar os prêmios APCA e Aplauso Brasil de Melhor Direção Teatral/2018 – atriz protagonista da Serie Irmandade/Netflix) e pelo ator, diretor, mascareiro, bonequeiro e artista plástico Cleydson Catarina (Fortaleza/CE), o texto é baseado na historia real do Crato/CE do inicio do século XX tem a dramaturgia do autor cearense Alan Mendonça e a contribuição poética do escritor e artista Paulistano Uberê Guelé.
“Narramos o afeto da irmandade da Santa Cruz por um boi preto, tal o Beato Lourenço, que instigou os poderosos a iniciarem ações explícitas de ataque à identidade simbólica daquele povo. Também saudamos a memória da Beata Maria De Araujo, negra que realizou o milagre que deu origem às romarias em Juazeiro, mas que teve sua história e seu corpo literalmente apagados. Debatemos o epistemicídio que estrutura nossa sociedade e usamos tambores, danças e cantos para reverenciar nossa ancestralidade”.
Dizem os diretores.
Grupo Clariô – Apagamento x resistência
O milagre de estar vivo sendo pobre e preto no Brasil.
O Grupo Clariô é um coletivo negro, forjado na periferia Paulistana. São quase 20 anos de pesquisa artística baseada na expressão popular, capaz de movimentar as estruturas políticas, rever conceitos e estabelecer novas formas de sociabilização.
A oportunidade de comentar uma história que, como tantas outras, foi apagada da memória da nossa população e utilizá-la como referência para a compreensão do que somos e do que vivemos hoje, é extremamente relevante e urgente.
Boi Mansinho é um grande cortejo e o festêjo é o fio condutor da narrativa, inspirada na riqueza da cultura popular de um povo plural e místico, amparado pela força do trabalho. A região do Cariri Cearense tem sua musicalidade enraizada no sagrado, seja pelo catolicismo popular, que já chega irrigado pela cultura dos povos africanos, seja pela forte conexão dos povos originários da Chapada do Araripe. Assim é também a periferia de SP. Uma mistura cultural herdada dos 4 cantos do Brasil. Passamos por temas como democracia, intolerância, racismo religioso e genocídio negro de forma poética e leve. Um mergulho em tantas feridas abertas no Brasil, na tentativa de encontrar um caminho de cura e renascimento. Trata-se de uma obra aberta para a amplitude humana sobre um povo movido pela fé na vida.
Um espetáculo dirigido por uma mulher negra (1ª e única diretora negra a ganhar o prêmio APCA, desde 1956) e por um mestre cearense, negro e gay. Com elenco 100% negro e majoritariamente periférico e grupo que em 2025 celebra 20 anos de resistência, de enorme prestígio na cena teatral (prêmios Governador do Estado, APCA, CPT) no momento em que pautas raciais e de gênero são prioritárias; é sim urgente e contemporâneo. Fugimos às regras do jogo e celebramos novas formas de encenar o Brasil.
Grupo Clariô de Teatro apresenta novo espetáculo no Sesc Pompéiahttps://t.co/bpFQiNFxBI
(fotos: Victor Paris) pic.twitter.com/RrXL7ST1sP
— Portal O Taboanense (@otaboanense_) May 24, 2023
SERVIÇO
Sesc Pompeia – Teatro
(Rua Clélia, 93 – Água Branca – SP)
Até o próximo dia 11/6
Temporada de quarta a sábado às 20h30 / domingos às – 17h30
Dia 08/06 (feriado) 17h30
Ingressos: R$ 40,00 / R$ 20,00 e R$ 12,00
(vendas online e presencial nas unidades SESC)
link para a venda online SESC : https://www.sescsp.org.br/programacao/boi-mansinho-e-a-santa-cruz-do-deserto/
FICHA TÉCNICA
Texto: Alan Mendonça
Direção: Cleydson Catarina e Naruna Costa
Intérpretes Criadores: Alexandre Souza (Juão), Augusto Iuna, Cleydson Catarina, Martinha Soares, Naloana Lima, Paloma Xavier, Rager Luan, Uberê Guelè e Washington Gabriel
Standin : Monica Augusto
Colaboração de texto: Uberê Guelè
Dramaturgia: Naruna Costa e Cleydson Catarina
Direção Musical: Naruna Costa
Arranjos: Giovani Di Ganzá e Naruna Costa. Giovana Barros e Thaís Ribeiro
Contribuições de Augusto Iúna e Rager Luan
Trilha gravada: Maurício Badé
Musicistas: Giovana Barros (violino, Rabecas e efeitos)
Thais Ribeiro (Flauta transversal, pífanos, sanfona e percussão)
Naruna Costa (Percussão e voz)
Pesquisa e Orientação estética: Cleydson Catarina
Preparação Corporal: Cleydson Catarina
Assistentes de corpo: Paloma Xavier e Washington Gabriel
Figurinos: Martinha Soares
Maquiagem: Naloana Lima
Cenário: Alexandre Souza e Rager Luan
Iluminação: Rager Luan e Alexandre Souza
Operação de Luz: Zerlo
Bonecos: Rager Luan
Adereços: Uberê Guelè, Rager Luan e Cleydson Catarina
Comunicação: Bora Lá Agência de Comunicação e Marketing Popular
Camila Ribeiro (Artista Convidada) > Identidade Visual + Ju Dias > Estratégia geral e atendimento + Venuz > Redação e Social Media
Fotografia: Sergio Fernandes
Costureira: Maria Margarida Duarte Britto
Realização: Grupo Clariô De Teatro
Principal fonte de pesquisa: Filme “O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto” de Rosemberg Cariry / 1986.