Lula faz comício em Taboão da Serra, critica intolerância e fala em unir o país
O candidato a presidência Luis Inácio Lula da Silva (PT) realizou na manhã deste sábado, dia 10, um comício em Taboão da Serra ao lado do seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), do candidato ao governo do Estado, Fernando Haddad e de Márcio França (PSB), candidato ao senado. O prefeito Aprígio também participou o evento.
Faltando pouco mais de 20 dias para as eleições, o evento em Taboão da Serra foi marcou um dos últimos comícios petista na Grande São Paulo, o público, porém, ficou aquém do esperado pela organização do evento que aconteceu no terreno da antiga Solvay, na rodovia Régis Bittencourt.
O evento foi aberto com um depoimento do morador de Taboão da Serra Alexandre Martins, que se formou em administração de empresas através do Prouni, programa criado pelo ex-presidente Lula. “Sou uma pessoa pobre, de periferia, que tive oportunidades, e isso mudou minha vida. Como diz o presidente, a educação transforma”, afirmou.
O prefeito de Taboão da Serra, Aprígio (Podemos), foi o segundo a falar e declarou oficialmente seu apoio a Lula. “A primeira dignidade para o ser humano é seu emprego, é levar para sua casa alimentação para seus filhos, e isso quem começou a fazer foi o Lula. Quando você quer fazer o bem, passa a ser perseguido e foi o que aconteceu com o Lula”.
O candidato ao senado pela coligação Brasil da Esperança, Márcio França, disse que é necessário que o próximo governo invista na região, trazendo o Metrô até Taboão da Serra. “A população de Taboão, Embu e Itapecerica quer muito que a gente complete essa obra até aqui”. França também defendeu a construção de casas populares: “queremos o Minha Casa Minha Vida de volta para essa região”.
França também falou sobre a eleição para a presidência: “Não existe eleição de véspera. Então, até as 5h da tarde do dia 2 de outubro, está todo mundo convocado para sermos a voz do Lula, o coração do Haddad, nossos olhos. Precisamos estar atentos até a última hora. Aqui em Taboão, na última eleição, eu tive 70% dos votos. Precisamos do povo unido para fazer a grande eleição da nossa vida, vamos mandar o Tchutchuca pra casa e o Lula pra Brasília”, disse ele.
Candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad também falou da importância do Metrô ate Taboão da Serra, mas focou seu discurso no cenário federal. “Estamos em um momento muito importante para o país. Eu digo que essa aqui, não é uma eleição. Em uma eleição você escolhe um governo, aqui nós estamos escolhendo um regime. Se a gente quer continuar vivendo com liberdade ou se vamos jogar o país no abismo do autoritarismo”.
Haddad seguiu no seu discurso: “essa palhaçada acaba dia 2 de outubro, não tem que continuar. Nós não queremos o segundo turno para poder dar fim a esse regime opressor, de intolerância e violência que nós estamos vivendo. É só o que a gente pede, paz para estudar e trabalhar”.
O candidato a vice-presidente, o ex-governador Geraldo Alckmin, falou sobre a necessidade de trazer o Metrô até Taboão da Serra. “Haddad, são apenas 2,2 quilômetros de extensão, tenho certeza que o Lula como presidente vai te ajudar nessa missão”.
Alckmin também fez críticas ao atual presidente Jair Bolsonaro. “O Bolsonaro é incivilizatório, o Brasil deu marcha ré, o Brasil andou pra atrás, andou pra trás na democracia. Um presidente que tem saudade da ditadura, da tortura, não pode pedir o voto do povo, porque não acredita na democracia”.
O ex-presidente disse que o governo precisa garantir “a oportunidade das pessoas fazerem as coisas nesse país. Hoje quando nasce um rico, já sabemos que ele vai pra universidade. Quando nasce um pobre, antes, a gente sabia que ia no máximo tirar um diploma primário e ia trabalhar. O que nós fizemos foi criar a oportunidade através do Prouni e dar oportunidade que o filho do pobre pudesse ir para faculdade e ter seu diploma”.
Sobre educação, Lula ainda disse que o sistema de cotas e o Prouni ajudaram a aumentar o número de alunos negros e pardos. “Não existe ninguém inferior a ninguém, não existe branco melhor do que preto, não existe rico melhor do que pobre. O que existe é a oportunidade e se a gente der a oportunidade todas as pessoas tem chance de viver bem”.
Lula criticou o clima de guerra e violência que vem marcando os últimos dias da campanha. “Eu quero o povo armado de livro, de sabedoria, de conhecimento e cultura”, disse. “No tempo que eu era presidente nós recolhemos e destruímos 620 mil armas. E o Bolsonaro está vendendo arma para quem? Para o crime organizado. Agora eles podem comprar porque o ‘Bozo’ disse que pode comprar. Ele quer o povo armado”, declarou o ex-presidente.
Lula ainda deu como exemplo eleições anteriores, onde todos os adversários defendiam a democracia e não eram inimigos. “Vocês estão vendo aqui duas pessoas que foram adversários [Lula e Alckmin], que disputamos eleições, estávamos em partidos diferentes, falávamos mal um do outro e na hora que a gente tem que pensar no país, nós estamos juntos, construindo uma proposta para o Brasil. Isso é a política”, explicou o ex-presidente.