Mais de 62 mil já se vacinaram contra a febre amarela em Itapecerica da Serra
Por Nely Rossany, Gazeta de São Paulo
Foto: Thiago Neme, Gazeta de São Paulo
Ao contrário dos primeiros dias, a vacinação contra a febre amarela acontece de forma tranquila nas Unidades Básicas de Saúde de Itapecerica da Serra. Desde o início da campanha, na segunda quinzena de dezembro, já foram aplicadas mais de 62 mil doses na cidade, segundo dados da Vigilância Epidemiológica da cidade.
A Gazeta visitou na manhã de quinta-feira, dia 4, o posto de saúde do Parque Paraíso, e apesar da movimentação intensa, não havia filas. “Temos que fazer a nossa parte que é tomar a vacina para evitar a doença. Foi bem tranquilo, nem esperei muito tempo”, disse a moradora do Parque Paraíso, Eliane Xavier Soares, que foi se vacinar com os dois filhos, de 8 e 16 anos.
De acordo com o Dr. Milton Parron, coordenador da Vigilância Epidemiológica de Itapecerica da Serra, a vacina é destinada à toda a população da cidade, exceto quem tem recomendação de não tomar a vacina, como no caso de gestantes, mulheres amamentando, crianças menores de 9 meses, diabéticos, cardíacos, maiores de 60 anos, e pessoas imunodeprimidas, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (portadores de Lúpus, com HIV, por exemplo) e pessoas com reação alérgica à proteína do ovo ou gelatina.
Morte de macacos
A vacinação começou a ser aplicada na cidade de Itapecerica e região depois que foram confirmadas as mortes de macacos pelo vírus da febre amarela, na sua forma silvestre.
Desde o início do surto da doença, já foram cerca de 52 animais encontrados mortos na cidade, desses 15 foram confirmados com o vírus, segundo Parron. O macaco não transmite a doença, mas a sua morte serve como alerta. A cidade não registrou nenhum caso de febre amarela silvestre em seres humanos.
“Não há risco de transmissão da febre amarela urbana, por isso não há motivo para pânico. Os mosquitos que transmitem o vírus para os macacos se concentram na copa das árvores. A vacinação é uma forma de prevenção. Quanto mais pessoas se vacinarem, maior será a área que ficará imune ao vírus”, explica o coordenador Dr. Milton Parron.