Matemática: de vilã a melhor amiga dos estudantes
No dia 6 de maio, é celebrado o Dia Nacional da Matemática. A disciplina, que costuma tirar o sono de alguns estudantes é, na verdade, uma aliada para todas as áreas da vida. Raciocínio lógico, planejamento financeiro e até a quantidade de compras no supermercado. Tudo na vida adulta passa pela matemática. E como está a aprendizagem nas escolas depois de dois anos de pandemia?
A matemática sai dessa temporada como protagonista ou coadjuvante?
As notícias são preocupantes. Dados da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo coletados a partir de provas de 642 mil alunos e divulgados em março deste ano, por exemplo, demonstram que o aproveitamento em matemática dos alunos do 3º ano do Ensino Médio foi o pior em 11 anos. Na média, o aluno que conclui o Ensino Médio apresenta a proficiência em matemática adequada para um aluno do 7º ano do Ensino Fundamental, o que representa um retrocesso de pelo menos cinco anos.
Informações como estas preocupam os educadores sobre o futuro dos estudantes. “É clichê, mas é verdade: trabalhar matemática é trabalhar raciocínio lógico”, define Gabriel Previdente da Costa, coordenador pedagógico do Colégio Anglo Morumbi. “Quando conseguimos trazer a matemática para a vida prática, como uma hipotenusa é importante para calcular uma altura do cotidiano, passa a fazer muito mais sentido para o aluno. E é isso que trabalhamos para fazer”, explica Costa.
Já o professor de Física e Matemática do Colégio SER, Marcelo Machado Nogueira, compara a matemática com a linguagem. “É um meio de comunicação. Como as outras linguagens, pode nos proporcionar melhor entendimento de mundo e está o tempo todo em nosso cotidiano. As cidades são construídas fisicamente utilizando formas geométricas, os noticiários estão o tempo todo proporcionando leituras por meio de tabelas e gráficos”, exemplifica.
Dias de luta, dias de glória
Eventos como as Olimpíadas Brasileiras de Matemática e eventos internacionais similares são um incentivo para que os alunos se dediquem ainda mais aos cálculos e fórmulas. Ao contrário do que se possa pensar, este esforço pode ser feito de forma conjunta e contribuir para a integração dos alunos. “Em algumas competições, os alunos trabalham em equipe para solucionar as questões e desenvolver sinergia. Em outros momentos podem nem precisar apresentar um cálculo. Na Olimpíada Internacional Sem Fronteiras do ano passado, por exemplo, houve uma questão em que, a partir de coordenadas, os alunos precisaram desenhar uma figura geométrica”, conta o coordenador pedagógico do Anglo Morumbi.
A variedade de estímulos aos quais os estudantes são apresentados, mais a rotina da preparação e a disciplina para a própria competição entregam mais do que medalhas. “Quando o aluno participa, percebo que, num primeiro momento, entende como um grande desafio. Quando retornamos para a nossa rotina do dia a dia, eles acabam voltando com uma visão mais tranquila de entendimento para as discussões propostas em sala de aula”, relata o professor do Colégio SER, que apoiou os alunos que participaram do Concurso Canguru de Matemática em 2021.