Memória: ex-prefeito Armando Andrade contou a história do Cemur em Taboão da Serra

Durante anos o ex-prefeito Armando Andrade, considerado por muitos o maior prefeito da história de Taboão da Serra manteve um blog semanal aqui no Portal O Taboanense. Os textos continuam disponíveis e trazemos aqui sua coluna publicada em dezembro de 2011 onde ele conta a história do Cemur, uma de suas principais obras como gestor.
Abaixo, o texto original
Logo após Taboão da Serra ter conquistado sua autonomia político-administrativa em 1960, já era sentida a falta de um local para realizar eventos escolares, culturais, artísticos e recreativos.
Corria o ano de 1978, quando num baile beneficente promovido pelo nosso Departamento de Promoções Humanas em benefício das obras sociais daquele órgão, à época dirigido por minha esposa Barbara Perri Andrade, realizado no salão de festas do extinto clube Solar de Amigos, na divisa de São Paulo com a nossa cidade, eu, então prefeito, usando do microfone para agradecer o apoio de todos os que lotavam aquele local, depois de ressaltar as enormes dificuldades de nossa população, de encontrar um local adequado para realizar eventos importantes, com muita confiança no trabalho desenvolvido pela minha equipe de técnicos, tomei coragem e traduzindo as aspirações dos taboanenses anunciei que aquela festa e tantas outras manifestações públicas, não seriam mais realizadas fora do município. Assumia naquele momento, publicamente, o compromisso de que no ano seguinte essa falta de local apropriado estaria corrigida.
Sem descuidar de outras importantes obras que desenvolvíamos nas áreas de educação, pavimentação, iluminação pública, rede coletora de esgoto e canalização de córregos, começava a corrida contra o tempo para cumprir o que eu havia prometido. Após desapropriar a área necessária para a realização da obra, veio a concorrência pública, os projetos da nossa engenharia, a reserva dos recursos, a contratação da construtora, a instalação do canteiro de obras, a terraplanagem e propriamente a construção, em apenas seis meses.
Foi assim que no dia 23 de novembro de 1979, era inaugurado o CEMUR – Centro Municipal de Recreação e Cultura, imponente prédio que a Prefeitura construiria em tempo recorde, na Praça 31 de Março, hoje denominada Nicola Vivilechio, em homenagem ao primeiro prefeito do município, que governou Taboão da Serra de 1960 até janeiro de 1964, apresentando o inesquecível Baile da Saudade com Francisco Petrônio, bailarinos e grande orquestra, um sucesso nacional daquele tempo.
A partir daí, Taboão da Serra passava a ter o seu próprio espaço para a realização de manifestações culturais como teatros, palestras, exposições, posse oficial das nossas autoridades, encontros regionais voltados para os interesses da comunidade e recreativos, colação de grau e bailes de formatura das escolas locais, noites beneficentes e todo o tipo de atividade que exige local amplo e com instalações adequadas.
O CEMUR, que a partir de 1990 teve acrescentado em sua denominação o nome do consagrado poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade, por iniciativa do então vereador Antonio Carlos Fenólio, tendo espaço para abrigar confortavelmente mil pessoas sentadas, possui uma completa infra-estrutura que possibilita a realização das mais diversas atividades. É dotado de camarins, palco para teatro e shows, estúdio de som e de projeção e também um serviço de renovação de ar para proteger seus usuários de altas temperaturas, principalmente nas estações mais quentes, equipamento que, a bem da verdade, com o passar do tempo já deveria ter sido substituído por um moderno sistema de ar condicionado, pois não comporta mais cumprir suas funções devido ao seu tempo de uso e a precária manutenção recebida.
Acreditar no poderoso potencial de Taboão da Serra foi o que me ajudou, em muito, a construção de um dos nossos mais importantes equipamentos públicos, hoje um cartão de visita da cidade, transformado no principal palco de memoráveis acontecimentos, marcando a passagem de consagrados personagens como Sergio Rabello, Ary Toledo, Plínio Marcos, Maestro Zaccharo, Francisco Petrônio, Silvio Brito, Sergio Reis, Jerry Adriani, Orquestra de Silvio Mazzuca e tantos outros. Ao longo de todo esse tempo não faltaram realizações como importantes salões de artes, exposições, festivais estudantis de musica e de teatro e apresentação de grupos de artistas da própria cidade.
Veja mais fotos da construção do Cemur