Mesmo com piscinões, Taboão da Serra e região sofrem com alagamentos
No mês passado, os moradores do Jd. Leme e Clementino, em Taboão da Serra, foram atingidos pelo transbordamento do córrego Pirajuçara
Piscinão em Taboão da Serra, na Grande São Paulo
Matheus Herbert e Nely Rossany, Gazeta de S.Paulo
Todos os anos junto com o verão chegam as tempestades e, com elas, o medo de parte da população na região metropolitana de São Paulo que mora perto de rios e córregos. No mês passado, os moradores do Jardim Leme e Clementino, em Taboão da Serra, foram atingidos pelo transbordamento do córrego Pirajuçara.
Não é de hoje que a região alaga. A cidade é cortada pelos córregos Poá e Pirajuçara e tem sua história marcada por inúmeras enchentes, que só foram diminuir com a canalização dos rios e a construção de ao menos quatro importantes piscinões: Piscinão TPI-4, localizado no córrego Joaquim Cachoeira, na altura do Parque Pinheiros (CSU), Piscinão TPI-2, localizado no córrego Pirajuçara, Córrego Poá e Piscinão Cedrolândia. Esse último fica na região central da cidade e recebe boa parte do fluxo de águas dos outros piscinões, principalmente o do Pirajuçara.
Em janeiro deste ano, após o transbordamento do córrego do Jardim Leme, o secretário de manutenção de Taboão da Serra, Eduardo Nóbrega, disse que o piscinão do Jardim Silvio Sampaio, que atende a região, estava com muito lixo. “Somente nesta semana nós tiramos 500 toneladas de entulho e lixo da cidade, temos 41 pontos viciados de descarte. Precisamos ter a consciência que isso prejudica muito e ajuda a causar enchentes na nossa cidade”.
Ainda na época, Nóbrega complementou dizendo que a prefeitura não tem autorização do governo do Estado para limpar o córrego Pirajuçara.
A Prefeitura de Taboão da Serra e a de Embu das Artes informaram à Gazeta que solicitam ao Governo do Estado de São Paulo, por meio do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a limpeza dos córregos e piscinões da região. Além disso, as Administrações reforçaram que quando possível realizam um trabalho de desassoreamento dos córregos.
O serviço de desassoreamento é uma ação que retira os resíduos que se acumulam no fundo dos córregos. Esses resíduos quando acumulados, prejudicam a circulação e a vazão da água e causam os transbordamentos.
A reportagem também procurou o DAEE, que em nota disse que “reforçando o plano de ações para o período chuvoso, o DAEE está investindo R$ 37,8 milhões nos serviços de limpeza, desassoreamento e manutenção dos 24 piscinões localizados nas Bacias do Alto Tamanduateí, Pirajuçara e Ribeirão Vermelho. Na bacia Pirajuçara, o DAEE realiza os trabalhos em 3 piscinões: Nova República, em Embu das Artes; e o Parque Pinheiros e Portuguesinha, ambos em Taboão da Serra. Os serviços são realizados de forma contínua e somente em 2020 foram removidos mais de 220 mil m³ de sedimentos, sendo 9.718 m³ nos reservatórios da bacia do Pirajuçara, mantendo-os em plena capacidade para absorver as águas das chuvas”.
Ainda segundo o departamento, atualmente “está sendo realizada a limpeza do reservatório Nova República e estão programadas limpezas nos piscinões do Parque Pinheiros e Portuguesinha em Taboão da Serra”.