Morre, aos 85, o jornalista e historiador de Taboão da Serra Waldemar Gonçalves
O jornalista Waldemar Gonçalves
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Matéria publicada originalmente em maio de 2007 no Portal O Taboanense e republicada no dia 06/11/2024 como parte do resgate do acervo histórico deste jornal
O jornalista e escritor taboanense Waldemar Gonçalves, 85 anos, morreu às 13h desta quarta-feira, dia 27 de maio de 2007, após sofrer uma parada cardíaca no hospital São Luiz, onde estava internado desde a semana passada. Considerado o maior defensor da memória da cidade, ele sofria de Alzheimer e estava com a saúde debilitada.
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O velório aconteceu durante a madrugada desta quinta-feira e seu corpo foi velado no plenário da Câmara Municipal. O enterro está previsto para acontecer às 9h no cemitério da saudade.
Waldemar Gonçalves escreveu dois livros relatando a história do município de forma humana, valorizando sempre os depoimentos das pessoas que entrevistava. O jornalista conseguia unir informação e emoção com total harmonia.
O jornalista é considerado baluarte da luta pela preservação da memória da cidade, um verdadeiro um ícone taboanense. Ele viveu intensamente e se dedicou como poucos a tarefa de manter viva e preservada a história da nossa cidade. Graças a isso, pode-se dizer que ele recebeu em vida todas as honrarias que a cidade poderia lhe conferir. Recentemente, foi agraciado pela Câmara Municipal de Taboão da Serra com o diploma de Mérito Cívico, e pela Sociedade de Estudos de Problemas Brasileiros, com medalha e diploma da ordem das Bandeiras no grau de comendador.
As homenagens se deram pelos serviços prestados a comunidade. Além disso, Waldemar recebeu também o título de cidadão taboanense e a medalha 19 de fevereiro, as duas maiores honrarias da cidade. A estreita ligação do jornalista com a cidade começou desde o início do movimento que culminou na emancipação de Taboão da Serra.
Ele foi uma das pessoas que ajudou na confecção da bandeira e do hino da cidade. Ele mesmo fazia questão de se denominar testemunha ocular das transformações do Taboão.
Waldemar nasceu no dia 1º de fevereiro de 1922, filho de imigrantes espanhóis. Veio morar na região com cinco anos de idade. Estudou na escola dos japoneses, no bairro do Itaim, onde hoje funciona a Polícia Federal da Raposo Tavares. Completou o ginasial em Pinheiros, onde aprendeu a profissão de alfaiate, e logo depois, passou a exercer a função de modelista industrial de roupas.
Formado em administração de empresas, Waldemar também é técnico em racionalização do trabalho, têm experiência em cursos de inspetoria de segurança do trabalho e da saúde. Em 1956 aconteceria a grande virada de sua vida, ingressando na área de jornalismo, Waldemar foi um verdadeiro defensor da liberdade de expressão.
Começou sua carreira jornalística, trabalhando no jornal O Estado de São Paulo, como correspondente da área do Vale do Ribeira. Dedicando-se mais ao município, começou a trabalhar em vários jornais da cidade (Gazeta do Taboão, Correio de Notícias, Correio de Bairros).
Mais tarde, sentindo a necessidade de um veículo de comunicação num bairro que crescia assustadoramente, Waldemar montou seu próprio jornal em 1978, “O Pirajuçara”, que durante 15 anos foi um dos mais importantes jornais da cidade. Extinto em 1993, o periódico deixou uma lacuna aberta na imprensa.