27 de março de 2010
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) invadiu na madrugada deste sábado, dia 27, o terreno da antiga Paulicoop, na divisa entre o Jd. Helena o Pq. Marabá. Essa é a segunda vez que o movimento ocupa o local. Entre as principais reivindicações estão a construção de um conjunto habitacional popular no local e que a demanda das famílias do MTST sejam atendidas nos projetos do CDHU.
Ouça entrevista completa com Guilherme Boulos, líder o MTST
Segundo Guilherme Boulos, líder do movimento, cerca de 600 pessoas participaram da ocupação. “Temos várias famílias cadastradas que ainda não vieram para cá por falta de estrutura, não temos material para construir todos os barracos. Mas durante a semana vamos continuar com a ocupação”, afirmou.
Foto: Eduardo Toledo

Acampamento do MTST na ocupação iniciada neste dia 27 de março
Ainda de acordo com Boulos, a prefeitura teria transformado, no ano passado, a área invadida em Zona de Interesse Social e que ali seria construído casas do projeto Minha Casa Minha Vida. A informação é desmentida pelo jornalista Mário de Freitas, responsável pela comunicação do prefeito Evilásio Farias, o local que foi invadido é particular. “A prefeitura está negociando parte do terreno para. O imposto devido será pago com cerca de 15.000 metros quadrados, o resto do terreno, cerca de 60 mil metros, continuará de posse dele”.
Segundo informações levantadas pelo Portal O Taboanense, a invasão pode “melar” a negociação entre Paulo Colombo, dono do terreno, e a prefeitura. “Quanto mais complicado a negociação, a demora vai ser maior. Vamos interromper as conversas até termos uma solução para essa invasão”, disse um advogado responsável pelas negociações.
A reportagem do Portal O Taboanense constatou que pelo menos 40 barracos já estavam de pé por volta das 11h deste sábado, dia 27. Muitas pessoas chegavam com lonas e pedaços de madeira. Segundo informações, o grupo que ocupou o local chegou em mais de 10 ônibus. “Foi de madrugada, ouvi muito barulho, e quando eu fui ver eles já estavam no terreno”, disse um morador vizinho que pediu para não ser identificado.
De acordo com o jornalista Mário de Freitas, a prefeitura notificou o proprietário do terreno para que ele faça calçadas e mure o local. A ideia do MTST é permanecer no local até que ocorra uma desapropriação do terreno. Segundo a coordenação do movimento, todas as famílias que ocuparam o terreno são de Taboão da Serra.
Um das principais reivindicações do movimento é a participação maior nas decisões da construção de dois conjuntos habitacionais do CDHU na região do Jd. Salete, que segundo Boulos, já foram desapropriados pelo Governo do Estado. “Queremos que esses apartamentos sejam destinados as famílias do nosso movimento, esse conjunto que será construído é uma conquista nossa. Depois que fizemos a marcha até o Palácio do Governo, nós garantimos esse conjunto habitacional para a cidade”, disse.