Multiformas, uma das maiores gráficas do Brasil, foi um dos ícones empresariais de Taboão da Serra
A Multiformas, gráfica que durante 22 anos foi uma das maiores empresas de Taboão da Serra
Olá amigos, nesta semana vamos relembrar mais uma matéria do nosso acervo histórico. Nessa coluna, abordamos uma matéria publicada originalmente na edição nº 315 do Jornal O Cidadão, publicada em junho de 1989. Mantendo a série, publicamos o perfil da Multiformas, empresa que marcou época em Taboão da Serra.
A Multiformas foi criada em 1969, funcionou durante muito tempo na Estrada do Campo Limpo e se instalou em Taboão da Serra 20 anos depois, em meados de 1988. A construção do seu enorme prédio, as margens da rodovia Régis Bittencourt, durou três anos e meio e do nada surgiu um gigantesco complexo de 16.500 metros quadrados.
A Multiformas foi uma das maiores gráficas do Brasil e se especializou em produzir, na década de 70 e 80, formulários contínuos. Seus principais clientes eram os bancos, a empresa gráfica também produzia notas fiscais, cheques, papéis de segurança à rede bancária, entre outros. A multiformas era especializada em “artes gráficas de precisão”.
Entre seus clientes, se destacavam o Banco do Brasil, Unibanco e Itaú. Além da Multiformas, o mesmo grupo era sócio da fábrica de papel e celulose Santa Maria, em Guarapuava, Paraná. E esse foi um dos motivos que fez a empresa se instalar em Taboão da Serra. Na época, a empresa recebia o papel pela rodovia Régis Bittencourt “sem trânsito”, o que facilitava a logística da empresa.
Nos anos seguintes a empresa continuou crescendo, ganhando clientes importantes como Santander, Ambev, Schincariol, Tam, Varig, Avon, Alpargatas, Credicard, Editora Abril, Fiat, Philips, Xerox, Procter & Gamble, Petrobrás, entre outras dezenas. A empresa foi constituída 100% de capital nacional.
A empresa passou a investir na produção de papel e adquiriu outras fábricas pelo Brasil, entre elas a MultiVerde Papéis Especiais, localizada em Mogi das Cruzes. Com a crise no setor e o surgimento de novas gráficas, a Multiformas foi a falência em abril de 2010. As máquinas e impressoras foram retiradas de madrugada e mais de 500 pessoas perderam seus empregos.
Após o fechamento, em uma longa batalha, parte dos ex-funcionários conseguiram receber seus direitos trabalhistas com a ajuda do Sindigráficos, que havia informado que em 2009, a empresa tinha mais de 1.400 títulos protestados no valor de R$ 10,7 milhões (sem correção). Em 2012, havia pelo menos 3 pedidos de falência contra a Multiformas.
Depois de anos de abandono, o prédio da empresa foi finalmente vendido e em 2014 e no ano seguinte a cervejaria Itaipava utilizou o local para montar um dos seus centros de distribuição para a Grande São Paulo.