Ney Santos afirma que Embu das Artes não está sendo investigada por merenda escolar
Ney Santos disse que o contrato que está sendo investigado é de uniforme escolar, feito antes dele assumir o cargo
Na manhã desta sexta-feira, dia 11, o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (PRB), convocou uma entrevista coletiva para esclarecer os fatos envolvendo, mais uma vez, seu nome e a administração com polêmicas.
Nesta semana, a Polícia Federal deflagrou a Operação Prato Feito contra fraudes e desvio de dinheiro público em licitações. Agentes cumpriram mandado de busca e apreensão em cerca de 30 cidades do Estado de São Paulo, entre elas na sede da prefeitura de Embu das Artes e também na casa de Ney Santos, em Barueri.
Emocionado, Ney Santos disse que “sentiu vergonha” ao ver seu nome citado em fraude que envolve crianças. Ele nega que tenha participado de esquema de corrupção e garante que a prefeitura de Embu não está sendo investigada por merenda escolar.
“A pressão tem sido muito grande nos últimos dias. Nunca tive problemas em enfrentar acusações que fazem contra mim, mas anteontem eu tive vergonha de encarar meus filhos. Desviar verba de contratos para a merenda, enquanto existem crianças que vão para a escola só para se alimentar, não é coisa que se faça. Isso deixa a gente muito chateado. Embu não está sendo investigado por merenda”, disse emocionado.
Ainda segundo Santos, a prefeitura está colaborando com as investigações. “A gente respeita o trabalho da mídia, da polícia, a gente tem que colaborar como estamos fazendo. Desde que tivemos acesso a investigação estamos colaborando, colocado à disposição toda prefeitura, pra justamente mostrar para aquelas pessoas que tentam denegrir nossa imagem que a prefeitura não está sendo investigada, e sim uma empresa [Reverson] que fornece, para diversas prefeituras, para outros estados, e acabou vindo pra cá”, comentou.
O prefeito lembra que a empresa Reverson foi contratada em 2016, quando ele ainda não era prefeito. “o , que não foi feito na minha gestão, me tornei prefeito no final de fevereiro [2017]. A licitação desse contrato [que é alvo das investigações] foi feita em dezembro [2016]”.
Ney Santos alega que a mídia sempre o coloca no centro de situações negativas, uma vez que, segundo ele, mais de 30 cidades do estado estão envolvidas nessa operação, mas apenas o nome dele e da cidade de Embu das Artes ganharam destaque nacional.
“Infelizmente o único nome que foi colocado para a população em geral foi o de Embu, são mais de 150 prefeituras investigadas, só no estado de São Paulo mais de 30 cidades, maiores que a nossa, mas não deu tanta mídia como deu Embu das Artes. Todas as vezes que sai alguma matéria negativa o garoto-propaganda da imprensa sou eu”, disparou.
Ainda sobre a mídia, Santos disse. “Desde 2010 sou noticiado em casos policiais, porém nada nunca foi provado, eu nunca fui condenado em processo nenhum. Eu preciso me defender, embora a pressão esteja forte, devemos uma explicação para o nosso povo”.
Segundo a PF, ao menos 85 pessoas estão envolvidas nos esquemas que desviava verba federal destinada à Educação, entre elas 13 prefeitos, 4 ex-prefeitos, 1 vereador, 27 agentes públicos não eleitos e outras 40 pessoas da iniciativa privada. Foram cumpridos 154 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Paraná, Bahia e Distrito Federal, além de afastamentos preventivos de agentes públicos e decisões de suspensão de contratação com o poder público referentes a 29 empresas e seus sócios.
Ney Santos já foi acusado pelo Ministério Público do Estado no âmbito da Operação Xibalba por suposta lavagem de dinheiro do tráfico de drogas do PCC.