Polícia Civil de Taboão da Serra investiga caso de estelionato em investimentos de Bitcoins
Investidores esperavam lucro de até 30% ao mês, mas em muitos casos o lucro foi nenhum; muitos também não conseguiram resgatar o dinheiro
O delegado titular do 1º DP de Taboão da Serra, Dr. Altamiro Nunes
A Polícia Civil de Taboão da Serra indiciou uma mulher acusada de estelionato em investimentos em moedas eletrônicas, como Bitcoins. Segundo o delegado do 1º Distrito Policial, Dr. Altamiro Nunes, ela prometia lucros exorbitantes, que beiravam os 30% ao mês, mas a lucratividade era zero para os investidores.
O nome da acusada e do seu escritório não foi divulgado, mas segundo apurou a reportagem do Portal O Taboanense, a sede da empresa é no Centro Comercial Vida Nova, na região do Jd. Maria Rosa, em Taboão da Serra.
Segundo o delegado, a Polícia Civil recebeu diversas denúncias contra o escritório de investimentos. “Fizemos 17 indiciamentos de uma cidadã que capitaneada essas aplicações de bitcoin. Recebemos muitas reclamações e denúncias de pessoas que investiram com promessas de lucros abissais, juros acima do padrão, nossa investigação começou assim”, disse.
Após a abertura dos inquéritos policiais, a acusada foi ouvida na delegacia. “Na semana passada, através de uma intimação, conseguimos que essa pessoa viesse até a delegacia, momento em que ela foi indiciada em todos esses inquéritos. Vamos relatar e enviar para apreciação da justiça”.
Outras denúncias feitas pelos investidores é a falta de liquidez, muitos não conseguiram resgatar o dinheiro aplicado na moeda. “Muitas pessoas perderam dinheiro, carros. Vamos entrar inclusive com o pedido de bloqueio de veículos, contas bancárias e até, eventualmente, sequestro de bens”, afirmou Dr. Altamiro.
O delegado não divulgou o valor aplicado pelos investidores. “Cada aplicação tem um valor, começa com valores baixos, mas existem pessoas que investiram muito dinheiro”.
Rede de amigos
De acordo com o delegado que investiga o caso, muitas pessoas chegaram até o escritório de investimento através de amigos. “Muitas pessoas utilizaram as redes sociais e acabavam uma passando para a outra, isso fazia um tipo de networking, uma rede de trabalho pra a acusada. As pessoas faziam investimentos variados, mas o retorno em quase todas as oportunidades era zero, e o estelionato se consumava aí”.
A mulher que responde os 17 inquéritos por estelionato não está presa. “A grande sacada é a pessoa não acreditar nesse lucro fácil, a pessoa vai ser iludida, o estelionatário consegue iludir a pessoa que aquilo vai ser um bom negócio”.
A Polícia Civil acredita que outras pessoas podem ter sido vítimas nesse caso. “Quem se sentiu prejudicado por procurar a delegacia, a equipe de plantão ou mesmo a chefia, estamos prontos para atender a população de Taboão da Serra e outros moradores que foram enganados nesse caso”.