Polícia descobre cativeiro onde seriam executadas vítimas pelo ‘Tribunal do Crime” em Embu das Artes
A polícia descobriu, na última quarta-feira, dia 26, um cativeiro onde seriam executadas vítimas do “Tribunal do Crime” da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), em um terreno particular no Jd. Santo Antônio, em Embu das Artes.
Na área, onde existem cerca de 7 mil barracos, os policiais civis prenderam Diego Martins, conhecido como “Fuzil”. Nascido em Minas Gerais, a polícia suspeita que ele seja juiz e executor no tribunal.
“Ele veio há pouco tempo para São Paulo com a tarefa de dar mais agilidade, mais velocidade, nesses julgamentos”, explica o delegado da Dise de Taboão da Serra, Estevão Castro.
Uma mulher, que é namorada do suspeito, também foi presa no local. Segundo os investigadores, ela ajudava nos julgamentos. A polícia apreendeu no local, anotações sobre os “casos julgados” pelos criminosos, armas e drogas.
No Jd. Santo Antônio, a polícia também localizou os cativeiros do crime organizado, barracos pequenos, escuros, com um fogão, um colchão e fios que eram usados para manter as vítimas até o término do julgamento. Também foram encontrados buracos abertos, que os investigadores acreditam que seriam usados para enterrar as vítimas.
Só este ano, foram descobertos 18 corpos de vítimas do Tribunal do Crime em Embu das Artes.
Cemitério Clandestino
A polícia investiga se corpos desovados em Embu das Artes tem ligação com o tribunal do crime do PCC (Primeiro Comando da Capital). No dia 11 de outubro, foram localizados cinco corpos em estado de decomposição em covas rasas no Jd. Pinheirinho. Do começo do ano até agora, as forças de segurança da região encontraram 18 corpos, sendo que 12 foram identificados e nenhuma das vítimas era moradora do município.
De acordo com a polícia, no local foram encontradas vítimas de Caieiras, Itapevi, Itapecerica da Serra, Taboão da Serra e Paraisópolis.
Uma força-tarefa, que conta com policiais do setor de homicídios, foi criada para investigar as circunstâncias dos crimes.