Por que as chuvas torrenciais estão ocorrendo na Grande São Paulo?
Por Debora Rodrigues Barbosa
As fortes chuvas no início dessa semana, na grande São Paulo, causaram inúmeros prejuízos físicos e o óbito de 12 pessoas, quer seja por escorregamentos, soterramentos e afogamentos. Segundo a professora Debora Rodrigues Barbosa, docente do curso de Geografia da Estácio, as intempéries foram provocadas por uma interação de fatores meteorológicos.
Um gradual aumento da temperatura da água oceânica (uma anomalia térmica) promoveu a baixa pressão atmosférica e um amplo processo de evaporação da superfície líquida do Atlântico. A esse fenômeno, somou-se a entrada de uma frente fria, pelo Vale do Ribeira, que levou os ventos quentes e úmidos, litorâneos, em direção à ilha de calor representada pela própria Grande São Paulo.
O efeito do relevo no ABC paulista potencializou os volumes da precipitação, o que resultou em chuvas torrenciais. Em Santo André, as intempéries entre domingo e segunda representaram 80% do total pluviométrico esperado para o mês de março.
Uma ilha de calor é formada pela concentração urbana (edificações, atividade fabril, asfaltamento, perda de vegetação e presença de veículos automotores ativos), que provoca o aumento da temperatura no centro das cidades, sobretudo nas grandes metrópoles, como é o caso Região Metropolitana de São Paulo, explica a professora Debora.
O calor causa o aquecimento atmosférico e a evaporação da água que, somados à chegada de ventos úmidos do litoral, significou a interação dos fenômenos meteorológicos que provocaram as fortes intempéries da Grande São Paulo.
Por Debora Rodrigues Barbosa é docente do curso de Geografia da Estácio