Profissionais da saúde afastados passam de 6 mil na Grande São Paulo
Não há números oficiais do número de profissionais afastados; Gazeta fez levantamento nas maiores cidades
Matheus Herbert, da Gazeta de S. Paulo
A região metropolitana de São Paulo, incluindo a Capital, tem mais de seis mil profissionais da saúde afastados por conta do novo coronavírus (Covid-19). A Gazeta levantou os dados com oito prefeituras de várias regiões (São Bernardo do Campo, Diadema, São Caetano do Sul, Ribeirão Pires, Taboão da Serra, Cajamar, Osasco e Guarulhos), e contabilizou 6.532 mil afastamentos, porém, o número pode ser bem maior pois não é um número oficial divulgado pelos órgãos de saúde.
Somente a Capital tem 80 mil funcionários na área da saúde. Desses, 3.876 estão afastados. “Hoje, temos 532 casos confirmados de coronavírus em funcionários da saúde em São Paulo, 11 óbitos e 3.333 funcionários afastados por síndrome gripal, ou casos suspeitos. Realmente, ainda não existe um balanço oficial de afastamentos na Grande São Paulo. É bem nítido que a Secretaria estadual da Saúde não tem sido tão transparente com os dados. Com certeza temos um número grande e expressivo na região metropolitana”, diz o diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Erivalder Guimarães.
Outros motivos de afastamento é quando o profissional pertence aos grupos de risco, como gestantes, hipertensos e asmáticos.
No ABC Paulista, região composta por sete municípios e que reúne mais de 2,5 milhões de moradores, também existem profissionais afastados. Ao todo são 1.572. Em São Bernardo do Campo, a prefeitura informou que 1.536 profissionais se ausentaram dos seus cargos, mas não necessariamente por Covid-19. Já em Diadema, oito profissionais que atuam na rede municipal foram confirmados com o coronavírus.
Em São Caetano do Sul, 27 profissionais foram afastados das funções com suspeitas ou confirmação do vírus, enquanto em Ribeirão Pires um médico cumpre quarentena.
Na região sudoeste, em Taboão da Serra são 31 funcionários da saúde afastados. “Alguns estão contaminados, outros em isolamento e alguns pertencem aos grupos de risco. Todos fazem falta na hora de atendermos a população. Todos são fundamentais”, diz a secretária de Saúde municipal, Raquel Zaicaner. Ainda na região, as prefeituras de Embu das Artes e Itapecerica da Serra não responderam à reportagem.
Na região oeste, Cajamar, tem 51 profissionais afastados. A prefeitura informou que um dentista deu positivo para o vírus e outros 48 funcionários estão afastados por pertencerem aos grupos de risco.
A Gazeta procurou o Conselho Regional de Medicina do Estado (CREMESP), que disse não ter um número oficial de afastamentos na região. Já a Secretaria Estadual da Saúde, gestão João Doria, disse que ainda “está fazendo o levantamento dos dados”.