Projeto Tamar chega à marca de 40 milhões de tartarugas soltas no mar
Repórter Nacional
Foi em 1980 que um grupo de estudantes de oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande, no Sul do País, presenciou em ilhas e arquipélagos como Abrolhos, Fernando de Noronha e Atol das Rocas, pescadores abatendo tartarugas. A reação deles acabou de transformando no embrião que hoje é o Tamar. Quem conta um pouco dessa história é a oceanógrafa Neca Marcovaldi, coordenadora de pesquisa e conservação do Projeto e uma de suas fundadoras.
Foram dois anos iniciais de trabalho para mapeamento de quase oito mil quilômetros do litoral brasileiro. E, se no começo a tarefa quase impossível contou com quatro sonhadores, atualmente, com o apoio da Petrobras, o projeto gera 1800 oportunidades de emprego, sendo 700 diretos com carteira assinada, E consegue se manter com 70% de recursos próprios.
Ex-pescador, Antônio Mendes Vieira está no projeto Tamar há 33 anos. Ele vem de um tempo em que a desova era muito pequena na região, e as tartarugas eram usadas pela comunidade local para alimentação. Hoje, seu Antônio comemora o fato de, assim como ele, outros pescadores se dedicarem às atividades de preservação.
Na última sexta-feira, foram soltos diante de dezenas de turistas e moradores locais, 101 animais recém-nascidos na Praia do Forte, em Mata de São João, na Bahia, a cerca de 80 quilômetros de Salvador. No local, está a principal estrutura do Projeto Tamar no país.
São pequenas tartarugas que haviam nascido em algum ponto do litoral nordestino e não conseguiram deixar a ninhada rumo ao mar correndo risco de vida. Após serem coletadas para identificação da espécie, puderam finalmente se encontrar com o oceano.