Transporte público: queixas de passageiros ainda são as mesmas em Embu das Artes
Moradores ainda reclamam de problemas antigos como o tempo de espera, ônibus sucateados e falta de integração
A demanda diária na cidade de Embu das Artes, na Grande São Paulo é de cerca de 23 mil passageiros
Por Matheus Herbert, da Gazeta de S. Paulo
A JTP Transportes Ltda completa hoje um mês que assumiu os serviços de transporte público em Embu das Artes. Apesar do anúncio de uma série de melhorias, como renovação da frota e ar-condicionado nos coletivos, os moradores ainda reclamam de problemas antigos como o tempo de espera, sucateamento dos ônibus e a falta de integração entre as linhas municipais. A demanda diária em Embu é de cerca de 23 mil passageiros.
“Nesse mês de mudança o que chamou atenção foi a quantidade de ônibus quebrados. Temos um grupo de bairro, eu moro no Santa Clara e semanalmente os moradores colocam lá que algum ônibus quebrou e automaticamente a linha fica com menos coletivos e o tempo de espera é maior”, disse Sônia Fernandes de 43 anos.
“Dizem que os ônibus são todos novos, mas não são. Se você for em bairros mais distantes, muitos continuam sucateados. Trocaram a empresa, mas os problemas continuam os mesmos”, disse o aposentado Carlos Alves de 75 anos e mora no Jardim Pinheirinho.
Nos últimos meses, o transporte se tornou um dos principais motivos de reclamação dos moradores. Em abril deste ano, a tarifa do transporte público foi reajustada para R$ 4, período em que a responsável pelo transporte era a antiga empresa, a TransArtes. De lá para cá, o reajuste de R$ 0,20 não foi bem recebido.
No dia 7 de outubro, a JTP assumiu os serviços na cidade. Na época, a prefeitura informou “que foram adquiridos 75 novos ônibus, 20 são 0 km, com wi-fi, ar-condicionado, câmeras de monitoramentos, entrada USB e um aplicativo para acompanhar o horário e as linhas”.
Mas, de acordo com os passageiros isso não aconteceu. “Os ônibus não passam no horário e quebram muito. Fora que o wi-fi não funciona. Prometeram uma coisa, mas na pratica não foi bem assim. Trocou seis por meia dúzia. Pedimos há muito tempo integração, já que existem bairros afastados aqui em Embu, mas até agora nada de sermos atendidos”, disse Manasses Santos, de 54 anos que mora no Jardim Pinheirinho.
“Uma coisa que podemos destacar de qualidade com essa mudança de empresa foi que os motoristas e cobradores passaram a usar uniforme e são educados. Eu gostava mais da antiga empresa, porque eles passavam no horário”, complementou Marina Nakasima, de 62 anos que mora na região central de Embu das Artes.
A reportagem procurou a Prefeitura de Embu das Artes, mas a Administração não se manifestou em relação a atuação da nova empresa e nem sobre o aplicativo para acompanhar o horário e as linhas.