Quem foi Paulo Ayres, o homem que comandava o Instituto Pinheiros
Paulo Ayres, no centro, durante evento no Instituto Pinheiros, onde é hoje o bairro Pq. Pinheiros
A biografia a seguir foi publicada originalmente no Jornal O Pinhão, órgão informativo do Instituto Pinheiros, numa edição especial dedicada ao falecimento de Paulo Ayres em 1958. O Portal O Taboanense manteve a grafia original das palavras e o texto está inalterado e na íntegra.
Faleceu nesta cidade, em 13 de março de 1958, o Sr. Paulo Ayres, Diretor Presidente do Instituto Pinheiros, Produtos Terapêuticos, S.A..
Paulo Ayres nasceu em Botucatu, no dia 31 de agosto de 1889. Foram seus pais o Dr. Luiz Ayres de Almeida Freitas, baiano, então juiz de Direito naquela cidade e mais tarde juiz e desembargador na Capital, e Dna. Tereza de Jesus Figueirôa Ayres, de ilustre família pernambucana. Era o mais velho de oito irmãos.
Fêz seus primeiros estudos em Botucatu, vindo depois (1905) para a Capital, interno da Escola Americana, onde cursou a “Intermediária”, formando-se em Comércio pelo Makenzie College, em 1907.
Em 1907 ainda, obtém seu primeiro emprêgo, na Exposição do Centenário da Abertura dos Portos, no Rio de Janeiro. Em 1909, emprega-se na “Silex”, pertencente â família Pontual, de cujos produtos era vendedora a Mechanica e Importadora de São Paulo. Para esta entrou em 1915, indo gerir a Laminação de Ferro e Aço de São Caetano. Em 1922 adquiriu sociedade na Fundição Progresso, da qual desde 16-12-1943, data de sua transformação em sociedade anônima, era Diretor Superintendente.
Chamado a colaborar na direção do então Instituto Pinheiros Ltda, que atravessava grave crise financeira, entrou para essa sociedade, como Diretor Comercial, em 13 de fevereiro de 1941, cargo em que permaneceu quando, em 6-7 -1945, a empresa foi transformada em sociedade anônima sob a denominação de Instituto Pinheiros, Produtos Terapêuticos, SA.; em 7-7-1947, foi eleito seu Diretor Superintendente e, em 31 de março de 1958, Diretor Presidente.
Foi Paulo Ayres diretor de diversas instituições filantrópicas, valendo ressaltar o grande trabalho que realizou em prol dos “Sanatorinhos”; diretor foi também de várias associações de classe, como a tradicional Associação Comercial de São Paulo.
Presidente honorário da Sociedade Philatelica Paulista, era autoridade mundialmente reputada (e consultada) em selos do Brasil Império, tendo participado de numerosas exposições, nacionais e internacionais, onde conquistou honrosas I áureas, como o “First Award” da Centenary International Philatelic Exhibition, em Nova York, maio 1947, o Grande Prêmio de Honra da Exposição Farroupilha do Rio Grande do Sul, em 1935, e o Grande Prêmio Carlos Gomes, em Campinas; convidado pela Royal Philatelic Society, de Londres, aí expôs sua coleção de “Olhos de Boi” com carimbos do Brasil Império, que recebeu a honrosa visita de S. M. Jorge V; publicou vários trabalhos sôbre filatelia, sobressaindo-se o Catálogo de Carimbos do Império do Brasil, de 1937.
Em 1936 entrou para o Rotary Club de São Paulo, de que foi membro dedicadíssimo e proeminente. Perfeitamente integrado no ideal rotário, para seu avanço contribuiu com dois trabalhos fundamentais, Catálogo Geral das classificações e Sub-classificações para Uso dos Rotary Clubs do Brasil (1952) e Sistematização das Classificações em Rotary (1954), este com versão inglêsa, além dê numerosos artigos em publica ações rotárias. Discípulo de Corlos de Carvalho, publicou na mocidade vários trabalhos sobre contabilidade.
Casou-se, em 1913, com Dna. Ana Brígida Ribeiro, de quem houve cinco filhos: Edy, Nelson (falecido), Paulo, Mílton e Else. Enviuvando, convolou, em 1946, segundas núpcias, com Dna. Ignês Marinho, de quem deixa de quem deixa um filho, o menor Nelson Luiz.
Era possuidor da Medalha Cultural e Comemorativa da transladação dos despojos da Imperatriz Leopoldina, conferida pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.