Sabesp conclui obras do coletor-tronco e amplia tratamento de esgoto em Taboão da Serra
Estação Barueri é uma das maiores ETEs da América Latina
A Sabesp concluiu no início do mês as obras do coletor-tronco Joaquim Cachoeira, aumentando a capacidade de tratamento do esgoto de Taboão da Serra e Embu das Artes, que irá contribuir para a despoluição do Rio Pinheiros.
A expectativa da empresa é que até 2022, 81% do esgoto de Taboão da Serra seja tratado na ETE de Barueri. Já em Embu das Artes, o índice de esgoto tratado daqui três anos deverá chegar a 41%.
A Sabesp ainda informou que estão sendo realizadas obras do coletor-tronco Pirajuçara, em São Paulo, Embu das Artes e Taboão da Serra. Quando for concluído, a extensão total dos coletores será de 12,9 quilômetros e cerca de 416 mil pessoas serão beneficiadas diretamente.
As obras fazem parte do Projeto Tietê que irá levar coleta e tratamento de esgoto para mais 10 milhões de pessoas na Grande São Paulo desde o início da ação, em 1992. Com investimentos de quase US$ 3 bilhões, o Projeto Tietê é um programa de saúde pública focado na ampliação da coleta e do tratamento de esgoto, impactando positivamente a qualidade de vida dos moradores.
O objetivo é implantar a infraestrutura de coleta e tratamento de esgoto na bacia hidrográfica do Alto Tietê, na Grande São Paulo, contribuindo para a revitalização progressiva do Tietê na região e, consequentemente, nas áreas para onde o rio flui, em especial o Médio Tietê. É essa infraestrutura que evita que o esgoto chegue diretamente ao rio e também aos córregos e outros cursos d’água que nele deságuam.
Desde o início do projeto, foram construídos mais de 4,5 mil quilômetros de interceptores, coletores-tronco e redes para coletar e transportar o esgoto até as estações de tratamento. Isso elevou a coleta de esgoto na Região Metropolitana de São Paulo de 70% para 87% de 1992 a 2018. Já o tratamento de esgoto na região passou de 24% para 78%, ou seja, o índice de esgoto tratado mais que triplicou, mesmo com a população da Grande São Paulo tendo crescido em mais de 6 milhões de pessoas no período.
As obras trouxeram mais saúde, ajudando a reduzir a mortalidade infantil e as doenças de veiculação hídrica, significaram mais cidadania, diminuição da vulnerabilidade social, mais qualidade de vida, conforto e desenvolvimento econômico. Nas áreas com saneamento, o valor dos imóveis aumenta, há melhora no rendimento escolar, além de a região atrair novos negócios e investimentos.
Poluição
O trabalho vem contribuindo para a redução da mancha de poluição do rio, que apresenta uma tendência de queda histórica desde a década de 1990, ainda que apresente algumas flutuações momentâneas, de acordo com o relatório anual da SOS Mata Atlântica. De uma maneira geral, a diminuição da mancha de poluição do Tietê é de cerca de 75% no período.
Em 1992 a mancha se estendia por 530 quilômetros do rio, de Mogi das Cruzes a Barra Bonita, hoje está em 163. A melhora na qualidade da água do Tietê beneficiou diretamente a população de cerca de 500 mil pessoas das cidades às margens do rio em direção ao interior, que deixaram de conviver com essa poluição.
É importante destacar, no entanto, que o processo de despoluição de rios vai muito além do saneamento. Fatores como coleta de lixo e varrição de ruas, limpeza de galerias de águas pluviais, controle do uso e ocupação do solo, o controle de poluição industrial e a conscientização ambiental da sociedade também têm impacto na qualidade das águas.
Isso porque o esgoto de ocupações irregulares, o lixo jogado nas ruas, fezes de animais e demais resíduos também chegam aos rios, formando o que se chama de poluição difusa. Esses fatores exigem a mobilização de diferentes agentes, como as prefeituras (inclusive de municípios não atendidos pela Sabesp), órgãos de controle ambiental e os cidadãos.